Rio - Dois policiais militares do 41º BPM (Irajá) foram presos, na madrugada desta sexta-feira, acusados de executar dois homens em Acari, Zona Norte do Rio, em frente à escola onde morreu a adolescente Maria Eduarda Alves da Conceição, 13 anos.
Em um vídeo enviado ao WhatsApp O DIA (98762-8248), o cabo Fábio de Barros Dias e o sargento David Gomes Centeno aparecem atirando de fuzil em dois homens caídos no chão, em frente à Escola Municipal Daniel Piza, após um confronto com os suspeitos de tráfico de drogas do Complexo da Pedreira.
Os PMs passaram a madrugada prestando depoimento na Delegacia de Homicídios da Capital (DH) e foram indiciados por homicídio doloso, quando há a intenção de matar. Depois, eles foram transferidos para o Batalhão Especial Prisional (BEP), em Niterói.
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Na delegacia, os policiais confirmaram que são eles que aparecem no vídeo e alegaram legítima defesa. Eles apresentaram um fuzil e duas pistolas que disseram que estavam em poder dos suspeitos. Os policiais contaram que faziam operação na região para combater tráfico de drogas, roubo de veículos e de cargas, quando foram recebidos a tiros e revidaram.
Os PMs disseram ter avançado quando os tiros diminuíram e que, nesse momento, perceberam que havia dois homens caídos ao lado do muro da escola. Segundo o depoimento, os PMs disseram que se aproximaram e viram que cada suspeito estava com uma pistola. Os suspeitos teriam feito gesto de apontar para atirar contra os PMs, que, então, teriam atirado para se defender.
"Havia uma pequena operação na hora do confronto. Os policiais estavam checando informações sobre a criminalidade no local quando começou o confronto. O Inquérito Policial Militar (IPM) vai apurar, paralelo à investigação da Polícia Civil, se houve crime militar", explicou o corregedor da PM, coronel Welster Medeiros.
Batalhão que mais mata
O 41º BPM (Irajá), onde estão lotados os policiais que aparecem no vídeo é a unidade líder de mortes em confronto em todo o estado este ano. Nos primeiros dois meses de 2017, foram 36 mortes em operações policiais (19% do total das mortes do tipo no estado).
Segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP), as mortes em confronto no batalhão dispararam em janeiro e fevereiro: foram 30 a mais do que no mesmo período de 2016.
A Secretaria de Segurança disse que não iria se manifestar sobre os casos de violência desta quinta-feira. Pela manhã motoristas também passaram por momentos de pânico na Linha Amarela durante tiroteio na Maré.