Por thiago.antunes

Rio - Policiais da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod) desarticularam, nesta sexta-feira, o esquema de lavagem de dinheiro e revelou como funciona a estrutura financeira do Terceiro Comando Puro (TCP), uma das maiores facções criminosas do Estado. Os responsáveis pela movimentação financeira do bando, segundo a polícia, são Fábio Fernandes da Silva, conhecido como Parrudo, e Tiego Raimundo dos Santos, o TH, dono da marca TH Jóias.

Fábio é um dos suspeitos de comandar esquemaReprodução de Vídeo

Fábio e Tiego usavam imóveis, veículos de luxo, joias e empresas para dar aparência legal ao lucro do tráfico e pagar 'arrego' a policiais corruptos em troca de informações privilegiadas de operações e investigações que envolvessem os integrantes e as comunidades dominadas pelo TCP.

Entre os laranjas do bando estão o pai e a irmã de Fábio e pessoas que exercem cargos importantes na estrutura e 'emprestavam' nomes para registrar imóveis, empresas e veículos de luxo, além de movimentaram valores milionários em suas contas. Com autorização da Justiça, foram quebrados os sigilos fiscais de várias pessoas físicas e jurídicas envolvidas no esquema, que movimentou R$ 7 milhões em dois anos.

Dono da TH Joias também é suspeito de participar de esquemaReprodução de Vídeo

De acordo com o delegado titular da Dcod, Felipe Curi, os investigados diversificaram as áreas de atuação como forma de garantir um grande retorno financeiro e de proteger o dinheiro em várias atividades, lícitas ou ilícitas, como empresas de fachada e outras que existem de fato, aquisição de imóveis, veículos de luxo, autonomias de táxi, joias, viagens nacionais e internacionais, hospedagens em hotéis e resorts de luxo e roupas de grife.

Polícia desmonta braço financeiro do TCP. Foram apreendidos carros de luxo, joias, celulares, relógios e dinheiroDivulgação

Durante a ação, foram apreendidos veículos de luxo, joias, dinheiro, celulares, computadores e documentos que serão analisados pela inteligência da Dcod e por peritos, a fim de colher mais elementos de prova e de identificar outros integrantes do esquema delituoso. A Justiça determinou o sequestro de imóveis e o bloqueio de contas bancárias utilizadas pela organização. Os investigados foram indiciados por lavagem de dinheiro, organização criminosa, tráfico e associação para o tráfico.

A ação cumpriu 40 mandados (cinco de prisão, 34 de busca e apreensão e um de condução coercitiva), ocorreu simultaneamente em vários locais do estado, e contou com o apoio de 60 policiais civis, quatro delegados do Departamento Geral de Polícia Especializada (DPGE) e do Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil (LAB-LD). 

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