Por adriano.araujo

Rio - Seguranças que faziam a escolta de uma carga de cigarros foram atacados a tiros por criminosos armados, na manhã desta quarta-feira, no Arco Metropolitano, em Japeri, na Baixada Fluminense. Um dos vigilantes, Jones de Souza e Silva, de 28 anos, morreu no local e outros dois foram socorridos para o Hospital da Posse, em Nova Iguaçu. Benedito Charles da Silva, de 46 anos, chegou a ser atendido, mas não resistiu e morreu vítima de disparos na cabeça, tórax e mão. 

O ataque ocorreu por volta das 9h20 na altura da comunidade do Guandu, no bairro Engenheiro Pedreira, na pista sentido Rio da rodovia, por assaltantes fortemente armados. Policiais do 24º BPM (Queimados), 15º BPM (Duque de Caxias), 39º BPM (Belford Roxo) e do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv) realizam uma operação no Guandu para localizar os criminosos e recuperar a carga de cigarros, que foi roubada. 

Seguranças que faziam escolta de carga foram atacados por assaltantes no Arco Metropolitano%2C em JaperiLeitor / WhatsApp O DIA (98762-8248)

A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) foi acionada para o local do crime e uma perícia será realizada. Agentes estão no local e iniciaram a investigação do ataque.

De acordo com o Hospital Geral de Nova Iguaçu (Posse), o outro vigilante que deu entrada na unidade, Reginaldo dos Santos Aragão, de 31 anos, teve ferimento na cabeça, costas e na mão direita. Ele foi encaminhado para o centro cirúrgico e seu estado de saúde é considerado estável.

Em nota, a Souza Cruz destacou que o roubo de carga é uma prática crescente no estado e citou que, em 2016, houve um crescimento de 37% nas ocorrências desse tipo de crime, se comparado com 2015. "No total, foram quase 10 mil ocorrências. Esse é um problema de segurança pública, que demanda profundo envolvimento do Estado para o controle e resolução da questão", completou. A companhia informou que 40 caixas de cigarro foram roubadas, mas ainda não há informações sobre o valor do prejuízo.

A empresa reforçou que busca alternativas para reduzir a "ostensividade de escoltas armadas na operação". "A Souza Cruz investe significativamente em segurança e treinamento para seus colaboradores e apoia prioridades para a solução desta questão, como agravamento penal do roubo e receptação de carga, suspensão do CNPJ das empresas envolvidas na receptação e criminalização do uso de bloqueadores de sinal", acrescentou.

Assalto no mesmo trecho acabou com segurança morto

Há pouco mais de três meses, um vigilante da mesma empresa foi morto com um tiro na cabeça ao tentar impedir um roubo de carga no Arco Metropolitano, na mesma altura, na Favela do Guandu. Yago Aguiar Sant’anna, de 24 anos, também escoltava um caminhão que transportava cigarros, quando pelo menos dez bandidos armados com fuzis e pistolas cercaram o veículo.

Os seguranças reagiram, e houve confronto. A via ficou fechada nos dois sentidos por cerca de uma hora. Os ladrões conseguiram fugir. 

A carga de cigarros da Souza Cruz, avaliada em mais de R$ 1 milhão, foi abandonada e recuperada pela polícia.

Carros da escolta da carga de cigarros roubada no Arco Metropolitano. Um dos vigilantes foi morto com um tiro na cabeça, em fevereiroWhatsApp O DIA (98762-8248)

Leia a íntegra da nota da Souza Cruz

?A Souza Cruz confirma que na manhã de hoje ocorreu 1 assalto contra a empresa no Arco Metropolitano, na altura de Japeri. Bandidos fortemente armados em alguns veículos chegaram atirando, atingindo três dos vigilantes de escolta terceirizados. Um vigilante veio a falecer de imediato com um tiro na cabeça e os outros dois foram encaminhados para o hospital da Posse em Nova Iguaçu. Os bandidos levaram a carga para a favela do Guandu em JAPERI, onde subtraíram a carga.

O roubo de carga é uma prática constante e crescente no estado do Rio de Janeiro. Em 2016, por exemplo, houve um crescimento de 37% nas ocorrências desse tipo de crime, se comparado com 2015. No total, foram quase 10.000 ocorrências. Esse é um problema de segurança pública, que demanda profundo envolvimento do Estado para o controle e resolução da questão.

A empresa está buscando alternativas para reduzir a ostensividade de escoltas armadas na operação, visando à preservação dessas vidas . Além disso a empresa faz constantemente engajamento com órgãos de segurança pública e entidades de classe para cobrar medidas na instância de Segurança Pública.

A Souza Cruz investe significativamente em segurança e treinamento para seus colaboradores e apoia prioridades para a solução desta questão, como agravamento penal do roubo e receptação de carga, suspensão do CNPJ das empresas envolvidas na receptação e criminalização do uso de bloqueadores de sinal.

A Souza Cruz informa ainda que nos últimos cinco anos a quantidade de assaltos a cargas da empresa em todo o estado do Rio subiu 127% - comparativamente, a média Brasil, nesse mesmo período, foi de 21% .
"É um número muito preocupante. O impacto financeiro destas ocorrências, só em 2016, foi da ordem de R$ 20 milhões", explica Giovanni Oliveira, gerente nacional de Operações da Souza Cruz.

Outra preocupação da Souza Cruz diz respeito à punição dos diferentes perfis de infratores desta modalidade criminosa: "Na nossa legislação municipal, o intermediário do roubo de carga não é preso, mas apenas aquele que rouba a carga, o que acaba por não inibir, e às vezes até incentivar, esta prática criminosa. Se o comerciante que vende carga roubada corresse o risco de perder, por exemplo, o alvará de funcionamento, ele seria mais consciente."

Reportagem de Adriano Araujo e do estagiário Rafael Nascimento

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