Rio - Um vigilante foi morto com um tiro na cabeça ao tentar impedir um roubo de carga, na manhã desta sexta-feira, no Arco Metropolitano, na Baixada Fluminense. Yago Aguiar Sant’anna, de 24 anos, fazia a escolta de um caminhão que transportava cigarros, quando pelo menos dez bandidos armados com fuzis e pistolas cercaram o veículo. Os seguranças reagiram, e houve confronto. A via ficou fechada nos dois sentidos por cerca de uma hora. O material da empresa Souza Cruz foi abandonado e recuperado. Os ladrões conseguiram fugir.
Yago dirigia um Ford Ka que fazia a escolta da carga. Segundo informações do 24º BPM (Queimados), os assaltantes usaram um Toyota Corolla e um Volkswagen Jetta para cercar o caminhão e render o motorista, na altura da Favela do Guandu, em Japeri. Os vigilantes que vinham no carro logo atrás tentaram impedir o roubo e trocaram tiros com o bando. Um disparo acertou a cabeça de Yago, que morreu no local.
Policiais militares do 24º BPM, 15º BPM (Caxias) e Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv) fizeram um cerco na via e houve um novo confronto. Motoristas que trafegavam no Arco Metropolitano deixaram os veículos e procuraram abrigo atrás dos carros.
Foi pedido o reforço da Polícia Rodoviária Federal, inclusive com helicópteros da PM e da PRF. Os assaltante atiraram na direção das aeronaves, mas não acertaram. Ninguém foi preso. A carga de cigarros, avaliada em mais de R$ 1 milhão, foi abandonada e recuperada pela polícia.
A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) investiga a morte do vigilante. “Iniciou-se um amplo trabalho investigativo para apurar as circunstâncias da morte da vítima e identificar a autoria do crime”, diz nota divulgada pela Polícia Civil.
Prejuízo de R$ 600 milhões
O roubo de cargas é um dos crimes que mais crescem no Rio — em 2016, foram registrados 9.862 casos no estado. Segundo a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) revelam que no ano passado o roubo de carga representou um prejuízo de R$ 619 milhões para as empresas.
Para o engenheiro Tarcísio Melo, o Doutor Inovação, é possível combater esse tipo de ação violência com inteligência. Ele desenvolveu uma solução que promete um “choque no crime”, como O DIA antecipou. Trata-se da tela energizada que, se aplicada no baú dos caminhões, é capaz de disparar uma descarga elétrica se a carga for violada. O equipamento deve chegar ao mercado ainda neste primeiro semestre.
Outras ações
Além do ataque no Arco Metropolitano, três cargas roubadas foram recuperadas pela polícia na Baixada e na Zona Norte do Rio. Em uma abordagem na Rodovia Washington Luiz (BR-040), em Duque de Caxias, na Baixada, a PRF recuperou 8.500 maços de cigarros, e dois suspeitos foram presos. Os agentes da operação ‘Rota Segura’ foram alertados sobre o roubo, que teria ocorrido em Três Rios, cidade da Região Centro-Sul Fluminense.
Duas operações da Polícia Militar em bairros da Zona Norte resultaram em apreensões de cargas roubadas também à tarde. Em Anchieta, homens do 41º BPM (Irajá) localizaram um caminhão com 13 caixas de produtos de beleza. O motorista do veículo foi liberado no local pelos bandidos. Não houve confronto e ninguém foi preso. O caso foi registrado na Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC).
Já na Rua Alves, em Madureira, policiais do Comando de Operações Especiais (COE) apreenderam 131 pacotes de cigarros de diversas marcas. A mercadoria foi encontrada dentro de uma Kombi branca, com os vidros tapados por papelão e sem portas. Também não houve prisões neste caso.