Por gabriela.mattos

Rio - A Delegacia de Homicídios (DH) acredita que o assassino de Marcilene Soares Gama, de 49 anos, encontrada morta no sábado, no Recreio dos Bandeirantes, seja conhecido da vítima. O homem que aparece nas imagens é negro, tem barba e estava de chapéu. "Câmeras de segurança mostram um homem entrando no prédio e no apartamento dela onde não ha sinais de arrombamento", explicou o delegado-titular da DH, Fabio Cardoso.

Polícia divulgou imagem de suspeito de matar falsa médicaDivulgação

Para a polícia, o suspeito de matar a mulher entrou no apartamento dela, na Rua Genaro de Carvalho, no início da manhã de sábado, por um terreno baldio ao lado de onde ela morava.

Vizinhos da vítima já foram ouvidos pela polícia. Ninguém teria notado a presença do criminoso ou ouvido a mulher gritar por socorro.

O carro da mulher, um Kia, que chegou a ser roubado, foi localizado pela Divisão de Homicídios, perto do local do crime. Os pertences de Marcilene foram entregues hoje aos familiares.

De acordo com o delegado, não é possível afirmar se a morte tem relação com os procedimentos estéticos que ela realizava. Leny, como era conhecida, já foi presa no Rio e em São Paulo ao se passar por médica e realizar procedimentos estéticos com produtos ilegais, causando diversas vítimas com o que foi chamado de "golpe do bumbum". Marcilene morava sozinha.

Marcilene, segundo Fábio Cardoso, teve as mãos amarradas para trás pelo assassino, retirada de casa por ele, que a colocou dentro do carro dela, que estava na garagem, e morta no caminho dentro do carro com um tiro no rosto. Depois, teve o corpo jogado do veículo encontrado a quatro mais à frente com seus pertences.

A vítima foi deixada apenas de roupas íntimas. "Foi uma covardia e barbaridade o que fizeram com ela. Ela foi abordada, amarrada, sequestrada, retirada de casa e morta com tiro à queima-roupa. Pelo cenário, o assassino praticou o crime com muita raiva, tipo vingança, já que deu um tiro no rosto com propósito de deformá-lo."

Marcilene Soares Gama já foi presa pelo menos duas vezes%2C no Rio e em SP%2C por atuar como falsa médicaReprodução Facebook

Parentes de Marcilene estão inconformados. Alguns já prestaram depoimento à especializada. "Ela era esteticista e tinha clínica na Barra, mas ela nunca contou de fato o que fazia. Então, a gente não sabe se foi vingança ou algum procedimento que não deu certo", disse o cunhado da vítima, Daniel Mofacto, de 53 anos, que é aposentado e corretor de imóveis.

"As pessoas que a procuraram sabiam dos riscos. Os procedimentos que ela fazia eram explicados antes para as suas pacientes. A Marcilene não falava onde os procedimentos eram feitos. Ela explicava como era e mesmo assim as pessoas a procuravam", completou. Daniel negou ainda que ela tenha falado sobre ameaças.

"Mas vocês sabem: quando as pessoas fazem algum tipo de procedimento e não dá certo, com certeza há possibilidade disso (vingança). Acredito que ela foi morta por uma pessoa vingativa. Como cunhada e irmã ela era uma pessoa muito boa. Ela iria ser avó, novamente, e estava muito feliz. Pedimos apenas que esse caso seja descoberto e que o criminoso seja preso", afirmou.

Segundo os parentes, eles estão fazendo uma vaquinha para trazer a filha da vítima da Espanha, que está grávida de 9 meses, por isso eles ainda não decidiram dia e hora do enterro, que deve acontecer até sexta-feira. Além desse neto, ela também ganharia outro em dezembro. Marcilene tinha dois filhos, a de 31 anos, que mora no exterior, e um filho de 25 anos. "Éramos muito apegadas e ela era muito boa. Ajudava financeiramente a nossa mãe e a filha, que mora na Espanha", contou uma irmã, que preferiu não se identificar.

"A mãe dela tem 69 anos e sofre de vários problemas de saúde, inclusive cardíaco. Ela sabe da morte, mas acha que foi um acidente. Ainda estamos vendo como contar para ela", disse o cunhado de Marcilene.

A polícia pede a quem conheça o assassino que ligue para o Disque-Denúncia 2253-117. O enterro da vítima será na sexta-feira, no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap.

Reportagem do estagiário Rafael Nascimento, com supervisão de Maria Inez Magalhães


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