Rio - Um dia após um intenso tiroteio causado por confronto entre traficantes na favela da Rocinha, na zona sul do Rio, a Secretaria Estadual de Segurança do Rio de Janeiro afirmou nesta segunda-feira, em nota, que a parceria com as Forças Armadas continua e já resultou na prisão de 88 pessoas. A pasta registra, no entanto, que os pedidos apresentados ao governo federal não foram atendidos.
A mensagem foi uma resposta ao questionamento sobre a utilidade da parceria, anunciada no fim de julho como forma de combate à violência no Estado, mas que não tem conseguido controlar a atividade criminosa no Rio. Na sexta-feira, 15, o Ministério da Defesa cogitou suspender a Operação O Rio Quer Segurança e Paz devido a desentendimentos com a Secretaria de Segurança do Rio, após recentes críticas.
A última operação realizada em parceria entre as forças de segurança federais e as polícias Civil e Militar do Rio ocorreu em 21 de agosto. Durante as três ações realizadas até agora, não chegou a ser apreendido nenhum fuzil.
"O relacionamento com as Forças Armadas sempre foi de parceria, traduzida em inúmeras ações conjuntas em prol da população fluminense", afirma a nota da secretaria. "A nova forma de colaboração entre as instituições, em operações integradas, foi definida após o governo do Estado pedir recursos para o pagamento do Regime Adicional de Serviço (RAS).
O governo federal acenou com a cessão de efetivo. A Secretaria de Segurança pediu o patrulhamento ostensivo de rodovias federais, vias expressas, portos e aeroportos. O governo federal propôs apoio em operações de cerco durante ações policiais", continua o texto, registrando a diferença entre os pedidos do governo do Estado e as ofertas do governo federal.
"Com esse modelo, três operações foram realizadas com êxito e novas operações estão em planejamento. A presença do Exército garantiu que as ações ocorressem sem distúrbios civis. O número de presos chega a 88. O trabalho integrado continua e inclui a Força Nacional de Segurança Pública, a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e a Agência Brasileira de Inteligência", conclui a nota.