Rio - Uma turista espanhola foi morta a tiros, na manhã desta segunda-feira, na Favela da Rocinha, em São Conrado, na Zona Sul do Rio. De acordo com a PM, policiais atiraram contra um carro Fiat Freemont, no Largo do Boiadeiro, após o veículo "romper um bloqueio policial". Maria Esperanza Jimenez Ruiz, de 67 anos, morreu antes de dar entrada no Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea.
A corporação informou que, após a abordagem, os PMs verificaram que era um carro para transporte de turistas. Além de Maria Esperanza, estavam no veículo o seu irmão, a cunhada um turista italiano e um guia turístico. A Delegacia de Homicídios (DH-Capital) vai assumir as investigações junto com a Delegacia Especial de Apoio ao Turista (Deat). A Corregedoria da Polícia Militar também está apurando a conduta dos policiais militares.
A idosa chegou a ser levada para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, também na Zona Sul, mas morreu ao dar entrada na unidade, de acordo com a Secretaria de Saúde.
Em nota, a Secretaria de Estado de Segurança lamentou a morte da turista e informou que acompanha a apuração dos fatos junto à Corregedoria da PM e à Divisão de Homicídios, que investiga o caso.
PMs e criminoso baleados em confronto mais cedo
Em um confronto mais cedo, dois policiais militares também foram baleados. Um deles, identificado apenas como Thiago, foi ferido de raspão na cabeça e o outro, identificado como Xavier, no tórax. Os cabos foram levados para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea. No entanto, a corporação ainda não informou o estado de saúde das vítimas.
A troca de tiros ocorreu entre a Rua 1 e a localidade conhecida como 199. No local, os policiais apreenderam uma pistola com kit rajada. Um bandido foi baleado e depois reconhecido por PMs da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) como um dos envolvidos no tiroteio. Ele também foi levado ao Hospital Miguel Couto.
Na manhã deste domingo, já havia ocorrido um confronto na mesma localidade. Mas, na ocasião, ninguém ficou ferido. Os Batalhões de Choque e de Operações Policiais Especiais (Bope) estão na comunidade desde o mês passado, quando houve confrontos entre as facções de Rogério Avelino Silva, o Rogério 157, e Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha.
Tiroteio assusta alunos da PUC
?A professora de teologia Bárbara Bucker leciona na universidade há 30 anos e nunca tinha passado por uma situação parecida. Ela interrompeu brevemente a aula e cogitou cancelá-la, com medo do barulhos dos tiros. "Eu só rezo para que essa guerra pare e haja paz. É assustador. Parece que estamos ao lado de um campo de guerra. Fico preocupada com a segurança dos alunos", lamentou.
Estudante de Comunicação da universidade, Gabriela Rodrigues, de 21 anos, mora na Tijuca, entre os Morros de São Carlos e do Turano, e revela que está habituada a ouvir tiros toda a semana. "Foi a primeira vez que ouvi aqui na PUC. Não fico assustada, porque sei que estou segura, mas fico tensa pelas pessoas que estão expostas à violência", afirmou.
Reportagem: Adriano Araújo, Jonathan Ferreira, Rafael Nascimento e do estagiário Gustavo Côrtes