Por gabriela.mattos

Rio - Dois policiais militares foram baleados durante um intenso tiroteio, na manhã desta segunda-feira, na Rocinha, Zona Sul do Rio. Um deles, identificado apenas como Thiago, foi ferido de raspão na cabeça e o outro, identificado como Xavier, no tórax. Os cabos foram levados para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea. No entanto, a corporação ainda não informou o estado de saúde das vítimas.

Rocinha registrou novo tiroteio nesta segundaSandro Vox / Agência O Dia / Arquivo

A troca de tiros ocorreu entre a Rua 1 e a localidade conhecida como 199. No local, os policiais apreenderam uma pistola com kit rajada. Um bandido foi baleado e depois reconhecido por PMs da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) como um dos envolvidos no tiroteio. O suspeito Darlan Severino Cardoso de Arruda, 29 anos, foi levado ao Hospital Miguel Couto.

Na manhã deste domingo, já havia ocorrido um confronto na mesma localidade. Mas, na ocasião, ninguém ficou ferido. Os Batalhões de Choque e de Operações Policiais Especiais (Bope) estão na comunidade desde o mês passado, quando houve confrontos entre as facções de Rogério Avelino Silva, o Rogério 157, e Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha.

Tiroteio assusta alunos da PUC

?A professora de teologia Bárbara Bucker leciona na universidade há 30 anos e nunca tinha passado por uma situação parecida. Ela interrompeu brevemente a aula e cogitou cancelá-la, com medo do barulhos dos tiros. "Eu só rezo para que essa guerra pare e haja paz. É assustador. Parece que estamos ao lado de um campo de guerra. Fico preocupada com as seguranca dos alunos", lamentou.

Estudante de Comunicação da universidade, Gabriela Rodrigues, 21 anos, mora na Tijuca, entre os Morros de São Carlos e do Turano, e revela que está habituada a ouvir tiros toda a semana. "Foi a primeira vez que ouvi aqui na PUC. Não fico assustada, porque sei que estou segura, mas fico tensa pelas pessoas que estão expostas à violência", afirmou.

Também estudante de Comunicação, Luiz Eduardo, 20 anos, se assustou com os barulhos de tiro durante a aula. "O mais estranho é que já ficou normal, as pessoas quase não comentam mais. Como eu moro na Barra, fico muito preocupado, porque passo em frente à Rocinha na volta para casa". A universidade já fechou outras vezes por causa de operações na comunidade.

MC é preso por suspeita de ajudar Rogério 157 a fugir da comunidade

O funkeiro Fabiano Batista Ramos, conhecido como MC Tikão, teria ajudado Rogério Avelino Silva, o Rogério 157, um dos chefes do tráfico da Rocinha, a fugir da favela, durante o cerco das Forças Armadas, no mês passado.

Ele foi preso nesta sexta, por policiais da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod), em uma casa de alto padrão na Taquara, Zona Oeste do Rio. Com dois andares e piscina, a casa não estava no nome do funkeiro, mas a polícia chegou ao seu paradeiro através de informantes.

Colaborou o estagiário Gustavo Côrtes, sob supervisão de Maria Inez Magalhães

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