Caso Flordelis: Filho adotivo diz que escreveu carta falsa assumindo o crime
Em depoimento, Lucas Santos contou que o conteúdo da carta que recebeu tinha a letra de Flordelis e assinatura dela. Flordelis é acusada de ter sido a mandante do assassinato do pastor Anderson
Rio - Lucas Santos, filho adotivo de Flordelis e um dos réus no processo que julga o assassinato do pastor Anderson do Carmo, deu sua versão, em depoimento na 3ª Vara Criminal de Niterói, nesta sexta-feira, sobre a carta que escreveu de próprio punho, dentro da cela, confessando que foi o assassino do pastor a mando de Wagner Andrade Pimenta, conhecido como Misael, e Luan dos Santos.
Segundo disse em depoimento, o conteúdo da carta é falso. Ele contou que recebeu uma carta de Flávio, filho biológico de Flordelis que também está preso acusado pelo crime, com o texto que deveria copiar de próprio punho e assinar.
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De acordo com Lucas, o conteúdo da carta que recebeu tinha a letra de Flordelis e assinatura dela. Flordelis é acusada de ter sido a mandante do assassinato do pastor Anderson do Carmo e também foi ouvida nesta sexta-feira.
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"O Flávio que me orientou a copiar essa carta e ela foi entregue a mim pelo policial Marcos Siqueira, que também estava preso na mesma ala do Bangu 9. Ele era o faxina da ala e tinha acesso às celas. Ele me entregou a carta por orientação do Flávio e ficou de buscar depois que eu copiasse", disse Lucas.
Segundo o advogado Ângelo Máximo, assistente de acusação, esta foi a terceira vez que Lucas Santos negou o conteúdo da carta. Para Máximo, a negativa somada à afirmação de que o teor da carta original tinha letra e assinatura de Flordelis, é uma das provas que apontam participação de Flordelis como mandante do crime.
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Em seguida, Andreia Santos Maia, esposa do policial Marcos Siqueira, negou que tivesse levado a carta que teria sido escrita por Flordelis para que Lucas copiasse para o interior do presídio. Segundo ela, a carta entrou na penitenciária por meio dos advogados de Flávio que, segundo ela, tinham trânsito livre na unidade prisional e acesso a Flávio e Lucas.
"Eles tinham bom relacionamento com o chefe da segurança. E, inclusive, poderiam entrar sem serem registrados na portaria unificada. Coisas estranhas acontecem na Seap (Secretaria de Administração Penitenciária)", disse Andreia.
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O julgamento terminou por volta de 19h. E será retomado no dia 22 de janeiro. Ao deixar o fórum, Flordelis alegou inocência: "Eu só quero a verdade e ela vai aparecer nessa história, nem que eu tenha que buscar ajuda no exterior. A mais prejudicada nisso tudo fui eu, que perdi um marido, um amigo, um parceirão, uma articulador", disse Flordelis, referindo-se ao pastor Anderson do Carmo.