Por marlos.mendes

Rio - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes falou à imprensa, nesta quinta-feira, que não se convenceu de que houve ameaça de Sérgio  Cabral (PMDB) ao juiz federal Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Federal, durante interrogatório no último dia 23. "Eu vi o vídeo, examinei todas as questões e não me convenci disso (de que houve ameaça). Pelo contrário, é um diálogo talvez um pouco ríspido entre o ex-governador e o juiz, mas nada de mais", disse o ministro antes da abertura do IV Seminário Internacional de Direito do Trabalho, realizado em Lisboa. 

Gilmar Mendes Carlos Moura/SCO/STF

Sobre a suspensão da transferência na última terça-feira, Gilmar Mendes disse que "Quando a gente concede um habeas corpus, as pessoas que recebem um relato mais ou menos superficial são contra. Se pudessem, elas suprimiriam o habeas corpus, mas, ao fazê-lo, estariam suprimindo seus próprios direitos. Porque o atingimento de um direito de alguém hoje significa que amanhã poderá haver o atingimento do direito de outro".

O ministro ainda falou que as supostas regalias recebidas por Cabral na prisão não são assunto do STF. "O tratamento privilegiado na prisão tem que ser resolvido lá mesmo, o juiz, o promotor fazem a supervisão do sistema penitenciário. Portanto, são eles que têm que resolver".

Sérgio Cabral Fabio Motta / Estadão Conteúdo

Durante a coletiva, o ministro voltou a mencionar que foi o presidente do STF que, inicialmente, liderou o mutirão carcerário que começou em 2008 e libertou 22 mil presos - como fez durante o bate-boca com o também ministro do STF Luís Roberto Barroso no último dia 27. Sobre estar sempre envolvido em polêmicas, disse: "dizem que nós (o STF) só liberamos ricos, mas nós liberamos ricos e pobres. As pessoas não sabem disso porque jornalista só se interessa por rico, não se interessa por pobre. Todo dia nós damos habeas corpus para pobres."

Também foram palestrantes do evento na quinta-feira o ministro presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Ives Gandra, o ministro do Trabalho Ronaldo Nogueira (PTB), o deputado federal Rogério Marinho e relator da reforma trabalhista (PSDB), os ministros do TST Aloysio Corrêa da Veiga e Alexandre de Souza Agra Belmonte e a secretária-geral do Conselho Superior da Justiça do Trabalho Marcia Lovane Sott, entre outros.

Na plateia também estava presente o deputado federal Daniel Vilela (PMDB) - que está na lista de políticos a serem investigados do ministro Edson Fachin. O evento continua na sexta-feira (3), com palestras do ministro Gilmar Mendes e do presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia marcadas para o final da tarde.

?Com iformações do Estadão Conteúdo

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