No Brasil, estima-se que 3 milhões de pessoas sofram com a fibrilação atrial - Reprodução de internet
No Brasil, estima-se que 3 milhões de pessoas sofram com a fibrilação atrialReprodução de internet
Por RENAN SCHUINDT

Rio - Cardiologistas de todo o país se reúnem no próximo fim de semana no Rio, para lançar e debater as novidades em diagnóstico e tratamento para fibrilação atrial, arritmia mais propensa ao desenvolvimento de um AVC. O encontro acontece durante o primeiro Simpósio Internacional de Cardiologia da Rede D’Or São Luiz. Entre as novidades, um anticoagulante oral e a tecnologia 3D, empregada no tratamento cirúrgico da doença. Minimamente invasiva, a técnica permite aos médicos a visualização do coração na ablação por cateter. 

Estima-se que 50% dos casos de arritmia sejam causados pela fibrilação atrial, doença que tende a se tornar uma epidemia nos próximos anos, devido ao aumento de fatores de risco emergentes e ao envelhecimento populacional, já que a idade é um fator de risco. Segundo especialistas, em breve, a doença deverá atingir 20% da população entre 70 e 80 anos, além de 3% dos jovens adultos.

A hipertensão, o estresse, o sedentarismo, a obesidade e o tabagismo são fatores que têm contribuído para o aumento dos casos dessa condição. “Cerca de 30% dos pacientes com hipertensão arterial podem desenvolver fibrilação atrial”, afirma a coordenadora do Serviço de Cardiologia da rede, Olga Ferreira de Souza.

Incidência e diagnóstico

Dados europeus sugerem que um em cada quatro adultos de meia idade irá desenvolver fibrilação atrial. No Brasil, a diretriz para o tratamento da doença afirma que 1,5% da população brasileira tenha a doença, correspondendo a mais de 3 milhões de pessoas. Entre os sintomas para a doença estão: palpitação, taquicardia, cansaço e dor no peito. No entanto, um terço dos portadores não apresenta qualquer sintoma.

“O diagnóstico precoce é importante, já que um número significativo de pacientes, em torno de 20 a 30%, desenvolvem insuficiência cardíaca, o que eleva em duas vezes o risco de morte em comparação aos indivíduos sem arritmia. O déficit cognitivo e a demência vascular também são frequentes, mesmo nos pacientes em uso de anticoagulação”, afirma Olga.

Impacto

Ainda de acordo com a especialista, a chegada de um novo anticoagulante vai impactar de modo positivo para os pacientes. "Hoje temos três novos anticoagulantes orais no mercado brasileiro. A chegada de mais um, aumenta a abrangência de opções para utilização pelo médico. Eles têm eficácia semelhante e diferem em algumas características que compete ao médico escolher o que se adéqua melhor para aquele perfil de paciente", diz.

O conhecimento sobre a fibrilação atrial tem evoluído muito. Hoje, já se sabe que as formas crônicas são mais danosas que as formas paroxísticas. "Sabemos que a fibrilação atrial afeta o cérebro muito além da possibilidade de um acidente isquêmico cerebral, pois está associada a declínio cognitivo a longo prazo. As opções de tratamento envolvem hoje, as modernas drogas anticoagulantes, a ablação e os dispositivos oclusores para os pacientes que não podem fazer uso de anticoagulantes", finaliza Olga.

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