Por

Você que muitas vezes compra o que não precisa com o dinheiro que não tem deve se questionar com propriedade, ao pensar em um carro.

Como escolher. O que foi um patrimônio no passado é um bem de consumo de alto custo. E, neste aspecto, não se esqueça de brindar o objeto de sua afeição automotiva com os valores de IPVA e seguro. Repare que uma picape média de R$ 120 mil pode ter seguro de R$ 12 mil, em média, e IPVA de até R$ 4,8 mil. Para ficar parada na garagem o ano inteiro, sua reluzente picape irá custar quase R$ 17 mil.

Assim, antes de teclar a senha do cartão, pense na utilização. Precisa daquela caçamba com que frequência? O carro dos seus sonhos é para você ou para a cobiça do seu vizinho? Afinal, o status peca por ser, muitas vezes, totalmente irracional. As palavras-chave são custo x benefício. Como, por exemplo o do Kwid, da foto, que é acessível e completo.

Ao pensar em um próximo carro, comece pela sua necessidade de um carro. Se rodar a maioria do tempo na cidade, escolha um compacto leve, que caiba nas vagas e seja econômico. Tem família grande? Escolha um espaçoso, mas sem desconsiderar os custos de compra e manutenção. Lembre-se que os importados, inclusive com favorecimento tarifário como os que vem do México, têm peças mais caras e seguro de maior prêmio também.

Use o bom senso ao ler avaliações isentas, raras hoje em dia, e persiga o seu modelo nos sites de queixas também. O Reclame Aqui é uma boa referência de pós-venda com problemas. Tente 'pescar' ainda a duração daquele projeto. Carros em fim de linha desvalorizam demais. Verifique as tabelas de preços de usados e verá que algumas marcam simplesmente despencam de preço de revenda. Outras não.

Não se iluda com a tecnologia. Há produtos que não se encaixam bem no Brasil, como os pneus run flat, por exemplo. Você não leva o estepe na mala, mas carrega uma baita insegurança, porque o reparo destes pneus é difícil e eles resistem pouco a buraqueira insana. Você vai acabar comprando um estepe para sentir mais tranquilidade ao viajar.

Bancos aquecidos são uma inutilidade em boa parte do Brasil e veículos 4X4 devem servir a quem realmente trafega em condições mais extremas do que nas garagens dos condomínios.

Motores potentes demais estão fora de moda porque bebem e poluem demais. Procure entender o downsizing, que é a redução de peso de propulsores sem perder a eficiência. Prefira carros com eficiência na relação entre motor e câmbio, porque são mais prazerosos e econômicos.

Fuja dos micos. Marcas pouco conhecidas ou de pequeno volume podem estar deixando o país de uma hora para outra.

Prefira sempre o seminovo. Eles são o maior mercado de carros do país e você ganha com a desvalorização mais aguda no primeiro ano, comprando um carro pouco rodado. Mas aí são outros quinhentos, porque para comprar um usado, tem que prestar a atenção a vários detalhes importantes. Mas isso é assunto para a próxima edição.

Você pode gostar
Comentários