Já tem carioca praguejando por causa do início do verão e dos termômetros acima de 35°. Mas como é viver com essa temperatura... abaixo de zero? Esta semana o Canadá, país cujo inverno é tradicionalmente rigoroso, tem enfrentado onda de frio poucas vezes vista. O DIA conversou com alguns brasileiros que vivem por lá e perguntou: o que é pior? O calorão do Rio ou a friaca de Toronto?
"Prefiro o frio de -30° porque aonde quer que eu vá os ambientes são aquecidos, ao contrário do Rio, onde nem todo lugar (inclusive a maioria dos cômodos nas casas e nos apartamentos) tem ar-condicionado", opina Flavia Monteiro. "Mas na rua é tudo horrível. Não consigo ficar muito tempo no calor de 45° nem no frio de -30°", pondera. Tatiana de Oliveira faz coro. "Pior? Eu diria os 45° do Rio, porque fico tonta com o calor extremo. Já o frio, pode-se enfrentá-lo com camadas a mais no vestuário."
Frio não é tudo igual
Um mito, garantem os cariocas canadenses, é achar que abaixo de zero todo frio é igual. "Essa é uma grande lenda urbana. O comprimento e o tipo de casaco mudam a cada uma dessas temperaturas", explica Érika Lessa. "O frio de -10° é mais tolerável que o de -30°, compara Tatiana de Oliveira.
Uma unanimidade: ter armário grande. "É bota de neve, bota de quando só está frio, bota de outono (se usar as de inverno no outono, morre de calor), casacos longos abaixo do quadril, no quadril, jaqueta, moletom", enumera Érika.
Entre as desvantagens, ter de andar 'como uma cebola'. "Se for para academia, tem que ir todo agasalhado, com a roupa e o calçado na bolsa", diz Érika. "A conta de luz fica salgada também", por causa do aquecimento, lembra. Tatiana cita a ameaça do 'flash freeze', fenômeno causado por ventos polares. "Não se pode ficar fora de casa por mais de sete minutos, ou a pele exposta congela, como as bochechas."
Mas há vantagens. "Você não sua tanto nem sente aquela moleza do calor", afirma Alexandra. "E não tem nenhum inseto para encher o saco", destaca Tatiana. "O frio reúne as pessoas. O canadense tira um pouco de sua identidade do inverno, é o que torna o povo resistente", resume Alexandra.
Comentários