Publicado 28/01/2022 11:53
Angra dos Reis – Há muitos anos os moradores do bairro Monsuaba não podem tomar banho de mar na extensa praia que recebe quem visita a localidade. Poluída pelo esgoto “in natura” jogado diretamente nas águas por décadas, a praia sempre foi alvo de pedidos dos moradores para ser despoluída e promessas de políticos de que fariam a obra.
Moradora do bairro desde 1977, a professora aposentada Alice Jordão relembra que o processo de poluição foi agravado por uma grande enchente que acometeu o bairro na década de 1970.
- Foi uma catástrofe que houve em Monsuaba e veio trazendo tudo para a praia. Até a geladeira da minha falecida sogra está enterrada lá. Depois disso, o banho de mar ficou impraticável e o esgoto jogado diretamente no mar só piorou a situação -, relembrou ela.
Desde março do ano passado, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) está realizando uma obra que promete tornar o sonho dos moradores realidade. A construção de 16 mil metros de redes coletoras e distribuidoras, três elevatórias, uma nova estação de tratamento de esgoto (ETE), além da recuperação do módulo de tratamento já existente, devem fazer com que a praia finalmente volte a ser balneável.
O diretor-presidente do SAAE de Angra, Alexandre Giovanetti, visitou a obra que, atualmente, está sendo dividida em três frentes, a abertura de rede nas ruas, a construção de redes no canal e levantamento dos alicerces da nova estação de tratamento. A coleta e o tratamento de esgoto de Monsuaba, além de possibilitar a despoluição da praia, vai permitir a revitalização de toda a orla do bairro, fazendo com que cerca de 1 milhão de litros de esgoto deixem de ser jogados no mar diariamente.
– Com a nova estação de tratamento o sistema de Monsuaba terá capacidade para atender a 8.500 pessoas, sendo que nós calculamos que atualmente haja 5 mil moradores no bairro. Ela é uma peça fundamental dentro do projeto de saneamento local e um grande ganho para moradores, turistas e para o Meio Ambiente -, declarou Giovanetti.
Os recursos financeiros da obra são provenientes de um convênio firmado entre a prefeitura de Angra e a Transpetro, em 2019, no valor aproximado de R$ 8,5 milhões. O dinheiro foi conquistado através de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) após a Transpetro ter sido multada pelo pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) por derramamento de óleo na Baía da Ilha Grande. A obra tem previsão de entrega para 2023.
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