Gamboa do BracuhyDivulgação/rede social
Publicado 09/11/2022 15:27 | Atualizado 09/11/2022 15:50
Costa Verde - Desde 2021 que os números não param de crescer. Diariamente o programa Linha Verde, da Polícia Ambiental, através do Disque Denúncia, recebe denúncias de crimes contra o Meio Ambiente, no Estado. Outra ferramenta usada para detectar essas agressões é dos órgãos ambientais, como o projeto Olho no Verde, que faz o monitoramento sistemático dos remanescentes florestais por imagem de satélite, enviando informações e alertas de degradação ambiental, ao Inea.
De janeiro a maio deste ano, o Linha Verde registrou 321 denúncias de crimes ambientais nas cidades do Sul do Estado. Na costa Verde, Angra e Paraty lideram a lista. Angra com 137 registros e Paraty 44. Para os ambientalistas um acréscimo significativo, comparado com o ano de 2021, a maior cidade da Costa Verde, ocupava a 6 colocação no ranking em denúncias de crimes ambientais, no Estado, em 2020 Angra era a nona colocada. Paraty (2020) ocupava a quarta posição, com 46. São dados divulgados pelo Disque Denúncia, no dia primeiro de junho de 2022, na semana de comemoração ao Meio Ambiente.
Estrada ilegal atravessa área de preservação em Paraty - Divulgação/Linha Verde
Estrada ilegal atravessa área de preservação em ParatyDivulgação/Linha Verde
Mesmo usando a data, principalmente, como reflexão para preservar a fauna e a flora da região, os crimes contra o meio ambiente continuam. No último dia primeiro de novembro, o cenário de degradação ganhou às páginas dos principais veículos de comunicação da cidade, inclusive da TV local, com imagens divulgadas de desmatamento da mata atlântica, feitas pelo biólogo Mário Moscatelli, que tem monitorado as áreas citadas. Nas imagens via satélite são visíveis e denunciam crimes ambientais. A supressão de manguezais na Itinga no Bracuhy (Angra) e Paraty Mirim e lançamento de esgoto na Gamboa do Bracuhy ( Angra).
Para os ambientalistas a biodiversidade da Baía da Ilha Grande, depende da preservação, conservação, boa gestão e existência dos manguezais. “ Angra e Paraty tem sofrido muito com a falta de controle ambiental e nenhum planejamento de crescimento urbano, simplesmente desordenado e descontrolado, sem esgotamento como há décadas passada, e cada vez mais córregos drenados, rios poluídos, e as taxas de desmatamentos elevadas, tanto nas áreas costeiras como rurais que tem sofrido uma grande urbanização. Isso é mais um alerta se nós não tomarmos pé da real situação ambiental de Angra e Paraty, a gente vai destruir a nossa maior riqueza” – disse Rafael Ribeiro - ambientalista da Sociedade Angrense de Proteção Ecológica, SAPE, lembrando que Paraty está prestes a receber o prêmio de Patrimônio da Humanidade e só tem sentido se cumprir uma série de compromissos, inclusive ambiental. O ofício ao Ministério do Turismo foi protocolado no dia 6 de outubro deste ano.
Nossa reportagem entrou em contato com as cidades citadas. O município de Paraty, informou que tem fiscalizado e realizado ações de combate aos crimes ambientais. Segundo o fiscal da Secretaria de Meio Ambiente, Felipe Santo, já foram aplicadas mais de R$ 300 mil reais de multas, cerca de 250 notificações emitidas e demolições de construções irregulares. “ Nós trabalhamos em conjunto com Inea e Cmbio, com apoio da Polícia Florestal, no combate a essas irregularidades, que tem crescido por conta das especulações imobiliárias, o que têm levado essas pessoas buscarem a informalidade”- disse. Ainda de acordo com Felipe, a preservação ambiental depende da conscientização da população. Por isso um trabalho junto a secretaria de Educação com aulas de educação ambiental vem sendo realizado. O objetivo é a mudança no comportamento das crianças sobre a importância de preservar o meio ambiente.
A prefeitura de Angra dos Reis, através da Assessoria de Comunicação, por nota, informou que “mais de 80% da cobertura vegetal da cidade estão preservadas. A gestão municipal realiza fiscalização, desaterro, combate ao desmatamento, enfrentamento ao risco de queimadas, gerenciamento de resíduos sólidos e outras ações que auxiliam na manutenção sustentável . Nos últimos anos, 2 novas unidades de conservação foram criadas, onde juntas somam mais de 2000 hectares de área protegida. Até o momento, em 2022, foram instaurados mais de 100 processos internos e 98 multas foram aplicadas. Em 2021, Angra dos Reis conquistou o 1º lugar no ICMS Ecológico RJ, na categoria Unidade de conservação, premiação organizada pelo INEA e pela Secretaria de Ambiente e Sustentabilidade do Estado do Rio de Janeiro, reconhecendo a qualidade das políticas ambientais”.
Desmatamento Costa VerdeDivulgação/rede social
O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) informou que irá intensificar, com apoio do Comando de Polícia Ambiental (CPAm), as fiscalizações nas áreas protegidas, e ratifica que novas operações serão realizadas na região até o final deste ano. Ressaltando que a pasta ambiental, por meio do Programa Olho no Verde, monitora, via satélite, fragmentos de Mata Atlântica em 10 mil km quadrados do território fluminense. O objetivo é emitir alertas de desmatamento ilegal que irão direcionar as equipes de fiscalização. Na Região da Costa Verde foram desencadeadas, nos últimos anos, 31 ações de fiscalização para combater supressão ilegal de vegetação, a partir dos alertas emitidos pelo Programa Olho no Verde.
O Disque denúncia, através do programa Linha Verde, pede a população que ajude a Polícia Ambiental a combater os crimes ao meio ambiente, denunciando através do número 0300 253 1177, ou ainda pelo aplicativo para celulares “ Disque Denúncia RJ”. O anonimato é sempre garantido.
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