Publicado 09/07/2023 19:08 | Atualizado 09/07/2023 19:51
Angra dos Reis - Pesquisadores e arqueólogos se reuniram na semana passada para alinhar as pesquisas em torno dos possíveis destroços do navio Brigue Camargo, encontrados no mar de Angra dos Reis/RJ, no bairro Bracuí, que podem desvendar uma parte da história sobre a escravidão no Brasil e a ligação com a cidade da costa verde. O encontro "Roda de Conversa no Quilombo", foi realizado no salão da igreja de Santa Rita.
As informações dão conta de que o navio norte-americano naufragou com 500 escravos a bordo, no século XIX. Segundo informações, as buscas avançaram na última semana com a aparição de possíveis destroços da embarcação.
Os destroços encontrados no mar de Angra, no bairro Bracuí, foram apresentados na sede do Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro, na última sexta-feira (7).
“Estamos na fase de processamento de dados. Temos que pegar cada um deles e analisar. E também avançar nas escavações. Cada embarcação tem a sua assinatura e precisamos fazer essa identificação”, disse o presidente do Instituto AfrOrigens, Luis Felipe Freire Dantas Santos.
As buscas pelo navio começaram no ano passado. O trabalho reúne arqueólogos e pesquisadores do Instituto AfrOrigens, da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade Federal do Sergipe (UFS), além de contar com o apoio e investimento de instituições de ensino e pesquisa norte-americanas, como a George Washington University e o Smithsonian Institution National Museum of African American History and Culture.
Brigue Camargo
O navio foi roubado nos Estados Unidos, em 1851, pelo capitão Nathaniel Gordon, que navegou até Moçambique, de onde trouxe cerca de 500 africanos escravizados para o porto clandestino do Bracuí, em Angra dos Reis, em 1852.
As informações dão conta de que o navio norte-americano naufragou com 500 escravos a bordo, no século XIX. Segundo informações, as buscas avançaram na última semana com a aparição de possíveis destroços da embarcação.
Os destroços encontrados no mar de Angra, no bairro Bracuí, foram apresentados na sede do Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro, na última sexta-feira (7).
“Estamos na fase de processamento de dados. Temos que pegar cada um deles e analisar. E também avançar nas escavações. Cada embarcação tem a sua assinatura e precisamos fazer essa identificação”, disse o presidente do Instituto AfrOrigens, Luis Felipe Freire Dantas Santos.
As buscas pelo navio começaram no ano passado. O trabalho reúne arqueólogos e pesquisadores do Instituto AfrOrigens, da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade Federal do Sergipe (UFS), além de contar com o apoio e investimento de instituições de ensino e pesquisa norte-americanas, como a George Washington University e o Smithsonian Institution National Museum of African American History and Culture.
Brigue Camargo
O navio foi roubado nos Estados Unidos, em 1851, pelo capitão Nathaniel Gordon, que navegou até Moçambique, de onde trouxe cerca de 500 africanos escravizados para o porto clandestino do Bracuí, em Angra dos Reis, em 1852.
Dois anos antes do naufrágio, a Lei Eusébio de Queirós foi aprovada no Brasil e determinou o fim do tráfico, proibindo a circulação de navios negreiros. Sua aprovação foi influenciada pela pressão internacional, sobretudo da Inglaterra.
O navegador estava sendo perseguido pela polícia e fez com que a embarcação afundasse propositalmente para não deixar vestígios. A história continua e revela que Nathaniel O norte-americano continuou foragido por 10 anos, mas foi condenado à morte por enforcamento nos EUA pelos crimes cometidos.
Quilombo do Bracuí
A história que era contata no quilombo de Santa Rita no Bracuí, se dava conta do Brigue Camargo, apesar dos quilombolas não terem conhecimento do nome, sabiam do naufrágio e preservaram a história, passando por várias gerações. Hoje foi fundamental para o avanço das pesquisas iniciadas em 1952.
A líder do quilombo, Marilda de Souza Francisco, 60, comentou o caso. "Só sabia que tinha vindo lá da África trazendo os negros e depois afundado. E que o capitão tinha fugido vestido de mulher. Quando o meu pai contava essa história, até falava 'que vergonha, um homem vestido de mulher’. A gente achava que alguém tinha inventado. Mas era verdade mesmo", conta.
Quilombo do Bracuí
A história que era contata no quilombo de Santa Rita no Bracuí, se dava conta do Brigue Camargo, apesar dos quilombolas não terem conhecimento do nome, sabiam do naufrágio e preservaram a história, passando por várias gerações. Hoje foi fundamental para o avanço das pesquisas iniciadas em 1952.
A líder do quilombo, Marilda de Souza Francisco, 60, comentou o caso. "Só sabia que tinha vindo lá da África trazendo os negros e depois afundado. E que o capitão tinha fugido vestido de mulher. Quando o meu pai contava essa história, até falava 'que vergonha, um homem vestido de mulher’. A gente achava que alguém tinha inventado. Mas era verdade mesmo", conta.
Há intenção de transformar a história em filme.
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