Rafael Ribeiro,PSOL, candidato a prefeito quer transformar Angra em referência no atendimento à saúde mentalDivulgação/assessoria candidato
Publicado 20/09/2024 16:09
Angra dos Reis - Entre os cinco candidatos a prefeito de Angra dos Reis, está Rafael Ribeiro, (PSOL) que tem como vice, Cida dos Remédios, ambos servidores públicos e ativistas atuantes da Sapê – Sociedade Angrense de Proteção Ecológica. Sem aliados políticos seguem sozinhos na disputa pela prefeitura para transformar “Angra um lugar de bem viver" nessas eleições de seis de outubro.
Estão entre as propostas do candidato, o resgate das comunidades tradicionais, a reestruturação do Sistema Único de Saúde, SUS, incluindo a retirada da O.S do gerenciamento da saúde, abrindo espaço para profissionais qualificados e concursados, conduzirem o setor. Reformular as políticas de atendimento das ESFs (Estratégias de Saúde Familiar) com foco na prevenção, desafogando o Hospital Municipal da Japuíba, HMJ, e sua funcionalidade voltada, exclusivamente, para emergência e atendimento de alta complexidade. Humanizar o atendimento na saúde, e debruçar em uma política voltada para saúde mental, tornando o município uma referência no Estado.
Para área de educação, considerada pelo candidato uma “gestão de massacre ao servidor”, Rafael Ribeiro afirma que vai valorizar o funcionalismo público, além de buscar parcerias com os governos Estadual e Federal para trazer cursos profissionalizantes, investindo na capacitação de jovens e na sua preparação para o mercado de trabalho.
O candidato disse ainda que vai "cobrar do Estado investimentos na segurança da população, na contrapartida, o município vai criar políticas públicas que incentivem a instalação de novas empresas em Angra, visando a oferta de emprego na cidade".
Outra proposta em destaque é intensificar o trabalho de combate ao turismo predatório, garantindo a sobrevivência do setor, considerado um combustível da economia local. Para saber mais detalhes sobre essas e outras propostas nossa reportagem conversou com o candidato a prefeito da cidade, Rafael Ribeiro, do PSOL.

Entrevista
Saúde
O Dia – De zero a dez qual a sua nota, na gestão da saúde em Angra com orçamento um pouco mais de R$ 600 milhões e qual o seu plano de governo para melhorar o atendimento à população?

Rafael Ribeiro - “Vamos recompor o Sistema Único de Saúde, contratar profissionais qualificados e concursados para melhorar a saúde, que vamos dividir em atendimentos primário e secundário. Os contratados podemos utilizá-los em outros serviços. Tem pacientes que ficam há 2 anos aguardando atendimento entre a marcação de exames e seu resultado. Tem que ter um monitoramento. Saúde Mental, o prédio está abandonado, era um trabalho completo de acolhimento aos usuários, com oficinas, tratamento clínico, e hoje, não tem. É um serviço prioritário para saúde pública. Vamos criar também políticas públicas de atendimento à saúde do idoso, com a "Clínica Dia", que vai funcionar com atendimento terapêutico, médico e cuidados necessários. Os números a nível nacional apontam uma crescente na terceira idade e o município precisa se estruturar para o atendimento”.

Educação
O Dia - Sabemos que houve investimentos nesses últimos anos, como o cartão escolar que garante as famílias carentes a compra de material, além da distribuição de tabletes, como ferramenta educativa. O que precisa para melhorar e garantir uma educação de qualidade, já que o Ideb, avalia a educação no Estado do Rio, como uma das piores e Angra avançou muito pouco?

Rafael Ribeiro - “A educação é a base de um “programa de bem viver”, com a valorização dos profissionais de educação. Existe uma meta de até 2025 as escolas e creches da educação básica deveriam ser integrais. Angra tem algumas e na prática não funcionam, faltam espaços adequados para que crianças não fiquem confinadas em locais inadequados. O nosso plano de governo está calcado no plano municipal de educação de 2015, uma gestão democrática, ouvindo os profissionais, a comunidade escolar. Angra tem índices altos de analfabetismo. Os recursos disponíveis, aos estudantes, não estão claros o seu destino, onde e como usar? a educação é laica não pode ficar formando robozinho. Vou acabar com as escolas cívico – militar. Essas unidades recebem mais recursos que as outras e selecionam quem vai entrar. A escola integral deve ser voltada para áreas carentes do município. A educação diferenciada para as comunidades tradicionais, vamos fazer parcerias com o governo estadual e universidades para a implementação”.

Cursos técnicos e geração de emprego
O Dia – Vemos um público jovem, alunos do ensino médio, na cidade sem perspectivas de mercado de trabalho por falta de um ensino profissionalizante. Qual a sua proposta de governo?

Rafael Ribeiro – “Sabemos que o Cefet foi um avanço para o município, precisa ampliar. Angra é uma cidade industrial, além do estaleiro, tem as usinas nucleares, que não vão sair daqui, vamos ter que cuidar e em parcerias formar mão de obra para o ingresso nas indústrias já instaladas aqui. Senai e Senac, vamos trazer novos cursos voltados para náutica. E resgatar o polo CEMEI, que foi feito e não funciona, há anos, e que pode comportar cursos profissionalizantes. Precisamos recuperar o Porto e reformular o projeto Marina do São Bento. No local precisa de um parque integrado à cidade que seja um ponto turístico e com acesso à população e não fazer uma marina pra rico e o moradores não usufruírem”.

Turismo
O Dia – A Ilha Grande continua sendo o destino dos turistas que chegam em Angra. Qual o incentivo para os visitantes ficarem no continente?

Rafael Ribeiro – “Temos de cuidar do nosso Patrimônio Ambiental e Cultural, chave para um turismo sustentável. Para que seja uma atividade importante para o município. O turismo não pode ser concentrado em poucas empresas e nem ocorrer de forma ´predatória, como ocorre. A Ilha Grande recebeu o título Sítio Misto como Patrimônio da Humanidade, Cultura e Ambiente. Lhe foi dado por conta do Meio Ambiente e Cultura, temos que preservar. Estabelecer controles e regras, regulamentando a exploração turística em lugares sensíveis,  tornando o turismo mais respeitoso . Embarcações menores mais distribuídas nesses destinos, sem causar muvuca, como por exemplo é a ilha de Cataguases, na época do verão fica super lotado. Fortalecer o turismo de base comunitária”.

Desastres naturais
O Dia – Cerca de 40% da população vive ainda em área de risco e as casas continuam sendo construídas nessas áreas escorregadias, e sabemos que Angra é uma das cidades do país atingidas por desastres naturais. Como solucionar esse problema?

Rafael Ribeiro - “Angra tem que estar preparada, porque essas chuvas torrenciais vão acontecer e tendem a ser intensificadas. Continuar com as obras de contenção de encostas, evitar o crescimento desordenado, identificar as áreas mais graves para ver com levantamento técnico de Defesa Civil a possibilidade dessas pessoas continuarem seguras nas suas casas, muitas não querem sair, e aí a prefeitura entra com obras de contenção planejadas. Estabelecer rede de socorro, suporte e cuidados, criar um fundo para emergência. Dois mil reais muito discriminatórios para as vítimas que perderam tudo, como o caso recente no Bracuí. Construir locais para abrigar essas famílias, com infraestrutura adequada, quadra de esporte, espaço cultural e atendimento mais adequado no momento de sofrimento e esses espaços podem ser usados durante o ano para a comunidade.

Saneamento Básico e Água
O Dia - Levantamento do IBGE aponta que somente 40% do esgoto é tratado em Angra. Diariamente recebemos denúncias de esgoto a céu aberto e inclusive caindo em córregos, rios e praias. Qual a sua proposta para sanear Angra e evitar despejos de esgoto no maior potencial turístico da cidade, as praias do continente e da Ilha Grande. E quanto ao abastecimento de água, problema crônico na cidade, nesta época de estiagem?

Rafael Ribeiro - “Investir em saneamento básico e aumentar a captação de água. Fiz um levantamento recente sobre a proposta de privatização do SAAE e constatei que toda a base é de um projeto de 30 anos do Prosanear, que foi abandonado e querem começar dali, do ponto que parou por falta de investimento. Tem que refazer todo o projeto. Itinga, no Bracuí, a despoluição da praia tem que ser imediata. Os investimentos no setor no município tem que ser disseminados. Em algumas localidades falta suporte para manter e outras realmente o sistema tem que ser todo executado”.

Segurança
O Dia – É visível que houve uma melhora na segurança pública nesses últimos três anos, mas ainda há problemas. Qual o seu plano de governo para uma Angra mais segurança?

Rafael Ribeiro - “Do ponto de vista prático vamos combater em todos os níveis e oferecer segurança à população, sabemos que é um dever do Estado. Manter os projetos de parcerias com os governos Estadual e Federal, na área de educação – oportunidades, escolas associadas com educação e cultura, investir no esporte e, principalmente, no serviço de inteligência. Angra é muito propício mar e terra, precisa de um controle e fiscalização maior e de ordenamento no transporte marítimo”.

Transporte Público
O Dia - Angra disponibiliza do passageiro cidadão, já é um avanço precisa melhorar; são 2 duas passagens, não atendem a população que pede pelo menos 4. Outro ponto, superlotação. A oferta no horário é pouca para a quantidade de usuários. Qual será a sua atuação para melhorar o transporte público em Angra?

Rafael Ribeiro - “Vamos fazer um programa de educação, orientação aos motoristas e intervenção nas vias. Uma licitação para abrir espaço e garantir um atendimento mais adequado à população com uma tarifa justa”.

O Dia - O que a população pode esperar do senhor a partir de 2025, pelos próximos quatro anos, caso seja eleito prefeito de Angra?

Rafael Ribeiro - “Sabemos que temos muito serviço pela frente eu garanto que nós vamos enfrentar essas questões. Temos a prioridade de cuidar de pessoas, do meio ambiente, e cuidar dos bairros. Tudo que fizermos serão distribuídos iguais para atender a todos. Investimentos na saúde e educação vamos estar empenhados. Temos compromisso e me coloco como alguém que pode liderar esse processo de mudança, com apoio da população, para que tenha êxito e fazer de Angra um lugar de bem viver.”
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