Publicado 26/09/2022 14:19
REGIÃO DOS LAGOS - Como parte das comemorações pelo Setembro Verde, mês que ressalta a importância da doação de órgãos, o Hospital Estadual Roberto Chabo (HERC), em Araruama, ganhou, na sexta-feira (23), um Jardim do Doador de Órgãos. O espaço é uma homenagem às famílias que disseram “sim” à doação de órgãos, à renovação da vida, num ato de solidariedade e amor a pessoas desconhecidas, mas que têm no transplante a única chance de seguirem em frente.
O jardim segue o mesmo formato do Jardim do Doador do Hospital Estadual Alberto Torres (Heat), em São Gonçalo, criado em 2013, após ser idealizado pelo psicólogo Luiz Antônio da Silva para acolher e confortar famílias que decidem doar órgãos de parentes. Por meio de um plantio de mudas de jasmim, o projeto busca transmitir a mensagem de que a doação, da mesma forma que as plantas, podem dar frutos e flores.
“Quando uma família diz sim à doação de órgãos, ela proporciona uma segunda chance de vida para outras pessoas. E para eternizar esse ato de amor, foi criado o jardim”, diz o psicólogo.
Instalado em uma área de cerca de 100 metros quadrados em frente ao Hospital Estadual Roberto Chabo, o Jardim do Doador da unidade vai além das homenagens.
“Será uma área de acolhimento às famílias com pacientes em suspeita ou já confirmados de morte encefálica”, explica a enfermeira Michele Guedes, da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) da unidade.
Formadas por uma equipe multidisciplinar de saúde, os CIHDOTTs são responsáveis por identificar possíveis doadores nas unidades de saúde, sendo acionados sempre que há um paciente com o diagnóstico de morte encefálica em andamento. São eles que orientam e explicam aos familiares como se dará o processo de doação.
“É um direito da família decidir pela doação ou não. Temos que esclarecer todas as dúvidas e enfatizar a importância da doação, sempre com empatia e respeito”, reforça Michele.
A programação pelo Dia Nacional da Doação de Órgãos (27 de setembro) do HERC contou ainda com uma palestra de uma pessoa transplantada, do médico Astor Bruno, coordenador do Centro de Tratamento Intensivo (CTI), que falou sobre a manutenção do potencial doador e os cuidados necessários para o transplante, e do enfermeiro do PET, Fabrício Oliveira.
Somente em 2022, a equipe do CIHDOTT do hospital captou nove órgãos, entre eles, coração, fígado, rins, pulmões, córneas, ossos e tecidos. Com o trabalho de busca ativa, o hospital está em primeiro lugar no ranking das notificações de casos com suspeita de morte encefálica da DPO Regional de Itaperuna.
Referência no atendimento a pacientes com múltiplos traumas para nove municípios da Região dos Lagos, o hospital realizou mais de 17 mil atendimentos no ano passado, entre cirurgias, internações e procedimentos e consultas no ambulatório pós cirúrgico. Os pacientes recebidos pelo hospital, por meio da Central de Regulação, vêm dos municípios de Araruama, Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Casimiro de Abreu, Iguaba Grande, Rio das Ostras, São Pedro da Aldeia e Saquarema.
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