foto: João Víctor OliveiraLudmila Lopes (RC24h)
Publicado 05/05/2023 12:54
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Uma mulher, identificada como Bruna Baptista, afirma que que o filho, diagnosticado com autismo e transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), foi expulso no primeiro dia de aula no Socec Colégio Pio XII, em Arraial do Cabo. Ela conta que as diretoras da escola não esperaram pelo período de adaptação da criança, que tem apenas seis anos, e o retiraram de dentro de sala de aula antes do fim do dia, alegando que o mesmo tinha “problemas” e que precisava de tratamento. O caso aconteceu no último dia 25.

Em relato compartilhado nas redes sociais, Bruna contou que começou a transferência do filho, que antes estudava em uma escola particular de São Pedro da Aldeia, no dia 18 de abril.

“Comecei a enviar a documentação do meu filho, fiz a matrícula dele, levando o laudo e explicando toda a necessidade. Até aí ok. Segundo a diretora, a escola é inclusiva e poderia dar todo o suporte que meu filho precisasse. Então nossas expectativas foram lá em cima, já que a escola me vendeu um papel de ‘super inclusivos’, que ‘temos crianças especiais e tudo mais'”, contou a mãe.

Ela diz que tudo correu bem, até que, por volta das 16h30, foi chamada para ir até o colégio com urgência. Bruna afirma que não explicaram a motivação por telefone, o que a desesperou ainda mais. Chegando lá, a mãe diz que viveu um verdadeiro pesadelo.

“Tive a infelicidade de ouvir da boca das duas diretoras que não tinha como meu filho estudar ali, pois, segundo elas, pela lei, a escola é obrigada a ter três alunos com problema e que elas já tinham. Não precisavam da quarta criança com problemas lá. Aí que vem a minha indignação: meu filho foi expulso dessa escola porque ele é autista e tem TDAH. Pasmem, as educadoras falaram quatro vezes que ele não poderia estar ali devido ao problema dele. Ele foi arrancado da sala de aula faltando menos de 20 minutos para o horário da saída. Meu filho saiu perguntando: ‘mamãe, por que eu vou embora e os amigos não?'”, contou Bruna, indignada.

Além disso, ela ainda contou ao Jornal ODIA que as diretoras não tiveram paciência com o pequeno, que acabou ficando agitado por ser o primeiro dia. “Elas disseram que ele fugiu da sala de aula quatro vezes e que os colegas choraram por conta disso”, acrescentou.

Diante da situação, Bruna pediu uma declaração explicando o motivo da expulsão do filho, contudo, segundo afirma, teve o pedido ignorado e foi tratada com desdém. Na quarta-feira (26), dia seguinte ao fato, ela conta que foi até a escola para pegar a declaração e os documentos do filho, mas “a humilhação e a discriminação não acabou, só piorou”.

“Fui barrada na porta, tentaram fechar o portão na minha cara, a diretora me ignorou. Tentei ser educada e fui tratada com muito desprezo, indiferença, deboche e até a polícia ela chamou. Fui até a Delegacia Civil pelos direitos do meu filho e fui muito bem tratada. Logo após elas (as diretoras) chegarem, fui informada de que as mesmas alegaram que matricularam meu filho por pena. Pena? Meu filho não precisa de pena, ele tem direito a inclusão. E que pena é essa que durou apenas algumas horas?”, contou Bruna.

Diante da acusação, o Jornal ODIA entrou em contato com o Colégio Socec, que, através da equipe jurídica em nota, disse se tratar de “fatos mentirosos e distorcidos”. Além disso, afirmou que “a mãe e o aluno a que se referem a publicação não tem, nem nunca tiveram qualquer vínculo formal com a escola”, mesmo com imagens do menino dentro da instituição. (Confira a nota na íntegra ao final da matéria)

Após o posicionamento da escola, Bruna rebateu mais uma vez, afirmando que a escola se nega a entregar a cópia da matrícula, que está retida na unidade de ensino. Inclusive, a mulher afirma que precisou recorrer ao Procon e à Defensoria Pública para que o colégio devolvesse os documentos do menor, além do material escolar.
foto: Reprodução - Ludmila Lopes (RC24h)
foto: ReproduçãoLudmila Lopes (RC24h)
foto: ReproduçãoLudmila Lopes (RC24h)
Bruna apresentou documentos de transferência da antiga escola do filho e os pedidos do Procon e da Promotoria Pública pedido uma justificativa plausível para a saída do pequeno da instituição, já que, até o momento, nenhum documento oficial foi apresentado.

Ela contou ao ODIA que depois de toda a triste situação, conseguiu encontrar um colégio na rede municipal de Arraial que acolheu o pequeno, que está sendo assistido e apenas aguarda a professora auxiliar.

Para esclarecer qualquer dúvida acerca da situação, a mãe do garoto deu uma entrevista exclusiva ao Jornal ODIA, veja:
Confira a nota da Socec Colégio Pio XII:

“Prezados, em atenção ao contato realizado acerca de um posicionamento referente à escola SOCEC quanto às publicações existentes no Facebook, não entraremos no mérito de fatos mentirosos e distorcidos presentes em redes sociais. A mãe e o aluno a que se referem a publicação não tem, nem nunca tiveram qualquer vínculo formal com a escola. Qualquer publicação, notícia ou mensagem que dê azo a explanação de fatos inverídicos serão guerreados nas formas da lei, bem como, seus propagadores serão responsabilizados pelo alcance a que derem para informações mentirosas. A título de orientação, seria prudente a qualquer veículo de comunicação responsável, solicitar as provas junto ao denunciante, como algum tipo de relação com a escola, eis que para ter a referida expulsão, o aluno precisaria fazer parte dos quadros do colégio, tais como contrato, matrícula ou mesmo qualquer pagamento de mensalidade que provasse o vínculo com o colégio”
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