Ela morreu 11 dias depois.Letycia Rocha (RC24h)
Publicado 19/05/2023 14:29
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Presa nesta quarta-feira por suspeita de ter cometido um crime cruel, Anna Clara de Assis Barroso de Oliveira Couto de Farias, de 25 anos, procurou a polícia para dar a versão sobre o momento em que a amiga, Nayra Jeovanna Coutinho de Souza, de 19, foi esfaqueada e queimada viva na Praia do Pneu, na divisa entre os municípios de Arraial do Cabo e Araruama, na Região dos Lagos do Rio. Ela esteve na 118ª DP (Araruama) na manhã do dia 12 de abril, alegando ter sido, junto com Nayra, vítima de bandidos naquela madrugada. Veja o que Anna contou aos investigadores que fez com que eles passassem a vê-la com desconfiança:
Anna Clara afirmou que ela e Nayra foram abordadas por dois bandidos na Via Lagos e que um seguiu com elas no carro e o outro foi embora numa moto. Quando chegou à Praia do Pneu esse segundo bandido, de acordo com ela, jogou gasolina nas duas. Em nenhum momento Anna Clara disse que os criminosos, já na abordagem, estavam com o combustível.
A suspeita afirmou que o bandido que estava com ela e Nayra na mata jogou gasolina nas duas. Os policiais não sentiram cheiro de combustível nela.
Anna Clara contou ter esfaqueado Nayra a mando do bandido que estava com as duas e que a jovem, apesar de vários ferimentos, ainda teria conseguido pegar a faca e atacar a outra. A polícia não acredita que esse ataque tenha acontecido porque Anna não tinha lesões.
Anna Clara contou ter conseguido escapar do local onde estava, na Praia do Pneu, e, assim, chegar à Estrada de Praia Seca. A única maneira de acessar a via é atravessar uma mata densa, com espinhos e cactos. O fato de Anna não ter qualquer arranhão ou ferida chamou a atenção dos agentes.
RELEMBRE O CASO
Amigas havia três anos, Anna Clara e Nayra saíram na noite de 11 de abril com destino a Búzios, também na Região dos Lagos. Na manhã do dia seguinte, enquanto a suspeita estava na delegacia de Araruama alegando também ter sido vítima, Nayra foi encontrada na Praia do Pneu. Mesmo muito machucada, ela conseguiu andar até um condomínio, onde recebeu ajuda.
Com queimaduras em 70% do corpo, Nayra foi levada, de helicóptero, para o Hospital estadual Alberto Torres, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do estado. Ela morreu 11 dias depois.
Após o depoimento marcado por “contradições e incongruências”, Anna Clara passou a ser suspeita do crime. Ela teve a prisão decretada pela Justiça. A polícia, agora, tenta localizar um cúmplice de Anna.
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