Publicado 19/06/2024 18:04
Arraial do Cabo - Marcos Antonio Ferreira do Nazareth, conhecido como Marquinhos de Nicomedes, apontado como líder de uma organização criminosa que desviou milhões de reais em Arraial do Cabo através de obras fantasmas, permanece preso. Nicomedes responderá pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção, desvio de recursos públicos, crimes da lei de licitações e falsidade ideológica.
PublicidadeO indiciado foi capturado durante a operação “A Toque de Caixa”, deflagrada nesta terça-feira (18), que desmantelou o esquema criminoso no município cabista. A prisão preventiva foi decretada e Nicomedes será mantido sob custódia enquanto aguarda julgamento.
Outros 18 indivíduos implicados na operação, incluindo figuras políticas de destaque na cidade, responderão em liberdade conforme decisão judicial. Entre os denunciados pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) estão o ex-prefeito Renatinho Vianna, o ex-vice-prefeito Sérgio Lopes de Oliveira Carvalho, os ex-secretários de Saúde Antonio Carlos de Oliveira, conhecido como Kafuru, e Paulo Roberto Trípoli Fontes; o ex-secretário de Obras Francisco de Assis Teixeira Soares, além de vários ex-servidores.
Kafuru foi acusado de participação em organização criminosa e desvio de recursos públicos. Trípoli enfrenta acusações mais amplas, como organização criminosa, desvio de recursos públicos, crimes da Lei de Licitações e ordenação de despesa não autorizada. Jerry da Coca-Cola, funcionário da Prefeitura de Arraial do Cabo, que recebia um salário de R$ 1 mil e era utilizado como “laranja”, responderá por organização criminosa, falsidade ideológica, desvio de recursos públicos, crimes da Lei de Licitações, corrupção e lavagem de dinheiro.
As investigações revelaram que a organização criminosa usava métodos sofisticados para desviar verbas públicas, ocultando os verdadeiros beneficiários através de “laranjas”. As empresas de Nicomedes firmaram mais de 30 contratos com a prefeitura entre 2018 e 2020, recebendo mais de R$ 6,5 milhões. Os recursos eram desviados através da simulação de obras que nunca foram executadas ou realizadas parcialmente, como o posto de saúde em Figueira, onde a empresa recebeu mais de R$ 1,5 milhão, mas apenas 2,5% dos serviços foram concluídos.
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