Publicado 25/06/2024 12:43
Arraial do Cabo - O Departamento Geral de Polícia do Interior (DGPI), com equipes da 132ª Delegacia de Polícia de Arraial do Cabo, realizaram, na manhã desta terça-feira (25), uma ação no Morro da Coca-Cola. Em um desdobramento da Operação “A Toque de Caixa”, os policiais civis cumpriram mandado de busca e apreensão na casa de Jerry Anderson de Araújo Silva, conhecido como Jerry da Coca-Cola, apontado como o “laranja” usado no esquema que desviou mais de R$ 6,5 milhões dos cofres do município através de obras fantasmas, entre os anos de 2018 e 2020.
Segundo a polícia, Jerry da Coca-Cola é comparsa de Marcos Antonio Ferreira do Nazareth, o Marquinhos de Nicomedes, preso na semana passada, durante a operação realizada pelo DGPI com apoio do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público Estadual.
De acordo com as investigações da Polícia Civil, que contou com o suporte do Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro, Jerry da Coca-Cola, que é pedreiro e trabalhava na Prefeitura de Arraial do Cabo como contratado no cargo de auxiliar de serviços gerais, se passou por empresário e recebeu do próprio município no qual era servidor mais de R$ 3 milhões e meio, na gestão do ex-prefeito Renatinho Vianna. Ele foi apresentado como sendo o dono da empresa de “fachada” Atlantic Construtora, que, na verdade, pertencia a Marquinhos de Nicomedes.
Ao mesmo tempo em que era contratado pelo município com salário de R$ 1 mil, Jerry apresentou-se como dono da empreiteira e assinou diversos contratos com a Prefeitura de Arraial do Cabo, dois deles com dispensa de licitação. O primeiro negócio foi firmado apenas três meses depois da criação da empresa de fachada. Jerry está entre os 19 denunciados no caso.
De acordo com o relatório da Polícia Civil, “a Atlantic, que está em nome do “laranja” Jerry da Coca-Cola, manteve contratos com a Prefeitura de 2018 a 2020, período em que o grupo político do qual Marquinhos de Nicomedes faz parte estava à frente da administração municipal, sob o comando do então prefeito Renato Martins Vianna, conhecido como Renatinho Vianna”.
Ainda segundo o documento: “Jerry da Coca-Cola, na verdade, é pedreiro, morador da favela do Morro da Coca-Cola, e serviu, conscientemente, como “laranja”, em troca de pagamentos mensais. Durante os anos em que a empresa em nome de Jerry recebeu milhões de reais da Prefeitura de Arraial do Cabo, ele constava como funcionário do município em um cargo simples, mantendo vínculo duplo e de extremo opostos com a administração municipal. O mesmo Jerry que de um lado constava como um empresário, dono de empreiteira, com contratos milionários com a Prefeitura, do outro era um auxiliar de serviços gerais contratado do município”.
Conforme a polícia, a Atlantic foi criada justamente com a finalidade de ser usada para firmar contratos com o município. As investigações revelaram que a empresa foi constituída poucos meses depois do grupo político de Marquinhos de Nicomedes assumir o poder e, em três meses, já começou a receber verbas do município. Esses repasses tiveram um aumento impactante no último ano de governo. Na reta final do mandato de Renatinho Vianna, a Atlantic recebeu mais de R$ 2,7 milhões. Praticamente toda esta verba partiu do Fundo Municipal de Saúde, sob responsabilidade dos ex-secretários de Saúde Antonio Carlos de Oliveira, conhecido como Kafuru, e Paulo Roberto Trípoli Fontes, também denunciados. Também foi alvo das investigações o ex-vice-prefeito Sérgio Lopes de Oliveira Carvalho.
Outra empresa de fachada pertencente a Marquinhos de Nicomedes, a M.A.F. do Nazareth Incorporação e Construtora, também foi usada no esquema. Nicomedes, que se lançou pré-candidato a vereador, já atuou como traficante internacional de drogas da quadrilha de Ném, da Favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, negociando a compra de entorpecentes na Bolívia e Paraguai.
A Operação “A Toque de Caixa” investigou políticos e ex-servidores acusados de lavagem de dinheiro e de desviarem recursos dos cofres públicos de Arraial do Cabo através de obras “fantasmas”.
PublicidadeSegundo a polícia, Jerry da Coca-Cola é comparsa de Marcos Antonio Ferreira do Nazareth, o Marquinhos de Nicomedes, preso na semana passada, durante a operação realizada pelo DGPI com apoio do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público Estadual.
De acordo com as investigações da Polícia Civil, que contou com o suporte do Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro, Jerry da Coca-Cola, que é pedreiro e trabalhava na Prefeitura de Arraial do Cabo como contratado no cargo de auxiliar de serviços gerais, se passou por empresário e recebeu do próprio município no qual era servidor mais de R$ 3 milhões e meio, na gestão do ex-prefeito Renatinho Vianna. Ele foi apresentado como sendo o dono da empresa de “fachada” Atlantic Construtora, que, na verdade, pertencia a Marquinhos de Nicomedes.
Ao mesmo tempo em que era contratado pelo município com salário de R$ 1 mil, Jerry apresentou-se como dono da empreiteira e assinou diversos contratos com a Prefeitura de Arraial do Cabo, dois deles com dispensa de licitação. O primeiro negócio foi firmado apenas três meses depois da criação da empresa de fachada. Jerry está entre os 19 denunciados no caso.
De acordo com o relatório da Polícia Civil, “a Atlantic, que está em nome do “laranja” Jerry da Coca-Cola, manteve contratos com a Prefeitura de 2018 a 2020, período em que o grupo político do qual Marquinhos de Nicomedes faz parte estava à frente da administração municipal, sob o comando do então prefeito Renato Martins Vianna, conhecido como Renatinho Vianna”.
Ainda segundo o documento: “Jerry da Coca-Cola, na verdade, é pedreiro, morador da favela do Morro da Coca-Cola, e serviu, conscientemente, como “laranja”, em troca de pagamentos mensais. Durante os anos em que a empresa em nome de Jerry recebeu milhões de reais da Prefeitura de Arraial do Cabo, ele constava como funcionário do município em um cargo simples, mantendo vínculo duplo e de extremo opostos com a administração municipal. O mesmo Jerry que de um lado constava como um empresário, dono de empreiteira, com contratos milionários com a Prefeitura, do outro era um auxiliar de serviços gerais contratado do município”.
Conforme a polícia, a Atlantic foi criada justamente com a finalidade de ser usada para firmar contratos com o município. As investigações revelaram que a empresa foi constituída poucos meses depois do grupo político de Marquinhos de Nicomedes assumir o poder e, em três meses, já começou a receber verbas do município. Esses repasses tiveram um aumento impactante no último ano de governo. Na reta final do mandato de Renatinho Vianna, a Atlantic recebeu mais de R$ 2,7 milhões. Praticamente toda esta verba partiu do Fundo Municipal de Saúde, sob responsabilidade dos ex-secretários de Saúde Antonio Carlos de Oliveira, conhecido como Kafuru, e Paulo Roberto Trípoli Fontes, também denunciados. Também foi alvo das investigações o ex-vice-prefeito Sérgio Lopes de Oliveira Carvalho.
Outra empresa de fachada pertencente a Marquinhos de Nicomedes, a M.A.F. do Nazareth Incorporação e Construtora, também foi usada no esquema. Nicomedes, que se lançou pré-candidato a vereador, já atuou como traficante internacional de drogas da quadrilha de Ném, da Favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, negociando a compra de entorpecentes na Bolívia e Paraguai.
A Operação “A Toque de Caixa” investigou políticos e ex-servidores acusados de lavagem de dinheiro e de desviarem recursos dos cofres públicos de Arraial do Cabo através de obras “fantasmas”.
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