Publicado 22/10/2024 15:46 | Atualizado 22/10/2024 17:46
Arraial do Cabo - Familiares denunciam que Marly da Silva Corrêa, idosa de 82 anos de Arraial do Cabo, corre sério risco de perder o olho esquerdo. Segundo relatos, ela necessita de uma cirurgia emergencial no globo ocular desde maio deste ano, contudo, a situação só teria tido andamento depois de um processo judicial, cuja decisão foi a realização do procedimento em até 48 horas. A família afirma, no entanto, que uma consulta foi marcada no Rio de Janeiro nesta quinta-feira (24), sem qualquer garantia por parte do Estado de que a cirurgia será efetuada.
PublicidadeO secretário de Saúde de Arraial do Cabo, Jorge Diniz, entrou em contato diretamente com o Jornal O Dia para informar que “o procedimento é disponibilizado pelo Estado e que cabe à prefeitura a realização de exames iniciais, além do transporte para que Marly compareça a consulta”, o que foi feito. Ele também explicou que, assim que a decisão judicial foi colocar a demanda no sistema do Estado, para que o procedimento fosse realizado”.
De acordo com o relato da família, em uma consulta oftalmológica, o médico teria afirmado que Marly necessita de alguns pontos para o globo ocular “não sair” e que “já está quase saindo”. E, enquanto o procedimento cirúrgico não é realizado, é necessária a utilização de um tampão. O fato provocou apavoramento na família, que, há cerca de cinco meses, buscou auxílio de mídias sociais para a divulgação do fato, com o objetivo de acelerar o processo da idosa, mas sem sucesso.
Ao perceberem que, apesar da repercussão do caso, a idosa continuaria na fila de espera aguardando a cirurgia emergencial, familiares ingressaram na Justiça, pedindo adiantamento do procedimento. A decisão, conforme relato, teria sido a realização do procedimento em até 48 horas, o que não teria sido cumprido.
A família afirma que chegou a pedir o bloqueio dos cofres públicos após a não realização do procedimento, o que foi negado pelo juiz. Entretanto, na última quinta-feira (17), a prefeitura entrou em contato com Marly, comunicando sobre a marcação de uma consulta médica para a idosa nesta quinta-feira (24) no Hospital Pedro Ernesto, no Rio de Janeiro, só que sem garantias do Estado de que o procedimento será realizado.
O receio da família é que Marly, mesmo correndo o risco de perder o globo ocular, se exponha à situação e, chegando ao hospital, não passe pelo procedimento. Ainda de acordo com a denúncia, um parente conta que, em uma nova petição, relatou a questão e, em resposta, o juiz teria questionado ao Estado e ao município se dá para operar no dia da consulta ou não.
O Jornal entrou em contato com a prefeitura de Arraial do Cabo, que, em resposta, informou que “após comunicação judicial, cumpriu integralmente a decisão” e que “o procedimento solicitado pela paciente é um procedimento de alta complexidade, disponibilizado pela Secretaria Estadual de Saúde”. Declarou que “a paciente foi regulada e a consulta agendada para o dia 24 de outubro, no Hospital Pedro Ernesto, no Rio de Janeiro”. Confira a nota:
“A Secretaria de Saúde de Arraial do Cabo esclarece que o procedimento solicitado pela paciente é um procedimento de alta complexidade, disponibilizado pela Secretaria Estadual de Saúde.
Informa que, após a comunicação judicial, o município cumpriu integralmente a decisão. A paciente foi regulada e a consulta agendada para o dia 24 de outubro, no Hospital Pedro Ernesto, no Rio de Janeiro.
Informa também que os familiares da paciente foram comunicados no dia 17 de outubro”.
O Jornal também questionou a Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro sobre a situação, mas ainda não obteve retorno.
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