Capota do bólido tem acionamento elétrico que pode ser realizado em velocidades de até 50 km/hLucas Cardoso
Publicado 18/04/2019 15:47 | Atualizado 11/02/2022 12:49
Rio - Em uma rua próxima aos Arcos da Lapa, a criança cutuca sua mãe para chamar a atenção dela. A mulher olha para o menino, que aponta para o carro azul. A apenas cinco metros dali, um casal interrompe uma discussão para olhar o mesmo veículo. É fato que um Camaro SS Conversível não passaria despercebido em lugar algum e foi isso que percebemos durante três dias e pouco mais de 150 quilômetros percorridos.
E ele tem causado essas reações desde sua chegada oficialmente por aqui, em 2010 — mesma época em que o primeiro filme da franquia 'Transformers' explodiu nos cinemas de todo o mundo. De lá para cá, o modelo da Chevrolet reinou soberano no seu exclusivo segmento. A quebra nessa hegemonia aconteceu no último ano, quando o modelo perdeu espaço para o Mustang.
Mas a Chevrolet agiu rápido para reverter essa situação, e o Camaro mudou já na linha 2019. Apresentada ao público brasileiro durante o Salão do Automóvel do ano passado, a releitura da 6ª geração do esportivo americano chamou a atenção de todos por sua nova identidade, principalmente na dianteira, que ganhou uma grade mais ousada e para-choques com mais elementos em black piano. Além disso, a logo da marca passou a ter design vazado. Segundo a montadora, a mudança não foi apenas pela estética, mas também contribuiu para uma melhor refrigeração do potente motor V8.
Para deixar o 'muscle car' ainda mais poderoso no rodar, a empresa também fez alterações estruturais e adotou uma nova transmissão automática, que passou a ser o mesmo sistema com 10 marchas do concorrente. Escolha acertada por parte da GM.
Mas nem tudo agradou ao público do modelo. Voltando a falar sobre o visual. A dianteira atualizada, por exemplo, dividiu opiniões. Com pegada mais agressiva graças à uma enorme entrada de ar em preto, além de novos faróis, com assinaturas de LED mais provocantes, e lanternas de formato arredondado, o modelo parece ter mudado demais para alguns consumidores mais puristas.
Ao volante
Se as novas linhas provocaram reclamações, o conjunto mecânico é só elogios. Durante três dias, o DIA rodou por pouco mais de 150 km com o 'muscle car' na versão conversível SS, que custa salgados R$ 365 mil. Nesse período, bastou girar a chave para perceber a potência V8 6.2 litros. Como notas musicais, o giro sobe a medida que o modelo desperta, fazendo-o dar um breve, mas bem alto, ronco. O som rouco chama atenção, então não aconselhamos o modelo caso seu vizinho seja do tipo que tem sono leve. 
Na rua, a combinação de tração traseira, 460 cavalos e 62,9 quilos de torque é explosiva. Com auxílio da nova transmissão, as rodas recebem toda a força logo que o acelerador é acionado. O medidor de força G no painel digital em TFT mostra o tamanho do golpe que o carro dá ao sair. Afundar o pé, por exemplo, gera a uma sensação similar a um soco no estômago. E não tem como fugir disso já que o Camaro parece pedir velocidade. Com um 0 a 100 km/h realizado em pouco mais de 4 segundos, a única tarefa difícil é pegar o trânsito das ruas do Centro sem ser abordado por alguém impressionado com o esportivo.
Segundo a Chevrolet, a plataforma do Camaro 2019 foi incrementada com aços mais resistentes para ter mais mais rigidez torcional. Tudo para deixá-lo mais na mão do motorista. E foi isso que comprovamos durante a avaliação. Ou seja, nada de traseira bobeando com facilidade. As mudanças estruturais do modelo melhoram a experiência ao volante. Vale destacar as rodas de alumínio pretas de cinco raios e aro de 20 polegadas e os freios a disco.
Por ser um carro baixo, o Camaro sofre um pouco com os buracos comuns no nosso asfalto. O isolamento acústico com a capota abaixada não é dos melhores, mas reduz minimamente o vazamento de som externo para o interior da cabine.
Por falar em interior, o bólido conta com painel em TFT, posicionado ao centro de dois mostradores analógicos, central multimídia de oito polegada com navegador GPS integrado. As soleiras das portas iluminadas dão um charme a mais para o 'muscle car'. A criança da Lapa não viu esse detalhe, mas certamente teria ficado mais fascinada se tivesse visto.
Ficha técnica:
Motor: V8 6.2 de 16v, movido a gasolina
Potência: 461 cavalos a 6.000 rpm
Torque: 62,9 quilos de torque a 4.400 rpm
Transmissão: Automático, dez marchas e tração traseira
Suspensão: Independente do tipo McPherson (dianteira) e independente (traseira)
Freios: Discos ventilados (dianteiros e traseiros)
Pneus: 245/40 R20 (dianteiros) e 275/35 R20 (traseiros)
Dimensões: Comprimento (4,78 m), largura (1,89 m), altura (1,34 m), entre-eixos (2,81 m), 72 litros (tanque), 208 litros (porta-malas) 
Consumo gasolina: 5,6 km/l (cidade) / 8 km/l (estrada)
Zero a 100 km/h: 4,2 segundos
Velocidade máxima: 290 km/h
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