Avaliação: HB20 tem disposição e muita tecnologia em sua versão mais cara

Superar os obstáculos criados por nós mesmos é sempre um desafio maior do que qualquer outra situação. O Hyundai HB20 passou por isso no modelo 2023 ao trocar de visual. Na nova linha, o hatch substituiu as debatidas formas "excêntricas" do design usadas desde 2019 por contornos mais horizontais, menos cheio de recortes e mais imponentes.

Um ar mais refinado. É isso que sentimos ao ter um contato próximo com o modelo. Diferentemente da linha antiga, que muitos diziam precisar se "acostumar", aqui todas as escolhas estéticas parecem casar bem. Faróis mais horizontais e estreitos, dianteira com grade trapezoidal e menos "pontuda" e as lanternas conectadas.

Passamos uma semana com a versão topo Platinum Plus do hatch. Foram, ao todo, cerca de 200 quilômetros percorridos com a configuração, que é a mais completa do HB20. O modelo é equipado com o motor 1.0 Kappa TGDI, tem câmbio automático e custa salgados R$ 119.590, mas oferece mais do que os rivais diretos. Especialmente na lista de sistemas de segurança.

O conjunto da configuração avaliada tem assistente de permanência e centralização de faixa, com função de correção, alerta de ponto cego e de tráfego cruzado, frenagem autônoma de emergência para carros, pedestres e ciclistas. A lista se soma aos seis airbags de série (frontais, laterais e cortina) e aos controles de tração, estabilidade e de partida em rampa, todos de série no hatch sul-coreano.

O modelo ainda tem uma quantidade bacana de itens de comodidade, como o funcional painel de instrumentos com tela 100% em TFT (bem melhor que o parcialmente digital da linha anterior), a rápida central multimídia com espelhamento sem fio de 8", carregador sem fio, ar-condicionado automático digital, chave presencial e as aletas para troca de marchas no volante.

Como anda?

Assim como o HB20 "feio", o modelo atual é ótimo de se guiar. O motor 1.0 TGDI do hatch capaz de render até 120 cv de potência e 17,5 kgf.m de torque casa bem com a transmissão automática. A relação dos dois entrega um desempenho capaz em praticamente todas as situações. Saídas, retomadas e ultrapassagens não são tarefa difícil para o modelo. O ruído do motor Kappa, contudo, segue vazando para o interior da cabine, assim como nos modelos anteriores.

A competência dinâmica que sentimos ao volante do HB20 é destacável. O modelo da Hyundai sempre fez bem seu papel nesse quesito, mas aqui na linha 2023 parece que o hatch se supera.

É ótimo ser previsível!

Mas vamos ao que interessa. Ao volante, percebemos que o que já era bom no HB20 seguiu igual (ou melhor). A condução segue transmitindo segurança e previsibilidade, mesmo nos momentos em que exigimos um pouco mais do modelo em curvas. 

O HB20 encaixa legal no corpo. A ergonomia oferecida permite todos os ajustes necessários. O volante pode ser ajustado nos dois eixos (altura e profundidade) e os bancos também. Um senão nesse quesito, pelo menos para mim, que tenho as costas um pouco mais largas, é o fato do o encosto ser estreito. Nada que incomode, mas poderia ser melhor. 

No quesito suspensão, o HB20 Platinum Plus entrega um comportamento confortável e firme. O consumo do HB20 1.0 turbo nesses 200 quilômetros percorridos nas ruas do Rio foi de 8,9 km/l, em trecho combinado (cidade/estrada), praticamente sempre com ar-condicionado ligado, duas pessoas a abastecido com no etanol. Aqui o modelo é apenas ok. 

Espaço suficiente e agradável

O espaço interno também se manteve agradável. Embora o hatch tenha crescido em comprimento, os centímetros extra foram para os balanços dianteiro e traseiro que ganharam para-choques mais "parrudos".

A cabine seguiu com seus 2,53 metros de entre-eixos e 300 litros de capacidade de porta-malas. Os números são o suficiente para levar até quatro pessoas com bom conforto. O eventual quinto passageiro terá mais trabalho para se acomodar por conta do assento elevado e do túnel central altinho. A fileira tem uma porta USB tipo C para carregamento de smartphones. 

Veredito

De forma geral, o Hyundai HB20 manteve o bom comportamento que já tinha na linha anterior, mudou para melhor no visual e também na lista de equipamentos. Com isso, certamente pode figurar o topo do mercado dos hatches compactos, mas é preciso considerar seu preço elevado - um Onix Premier, também com motor turbo, mas menos tecnologias é vendido por R$ 107 mil.