Júlio Esteves poderá recorrer da sentença em liberdadeReprodução
Publicado 02/07/2024 13:35 | Atualizado 02/07/2024 15:20
Barra Mansa - O ex-controlador da Câmara Municipal de Barra Mansa, Júlio César Fialho Esteves, foi condenado pelo juízo da Vara Criminal da cidade a quatro anos de reclusão por crime de injúria racial praticado no ano de 2020 contra a vice-prefeita do município, Fátima Lima, que na época ocupava o cargo de prefeita em exercício.
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A decisão consta no processo nº 001416-25.2020.8.19.0007. Fátima Lima é vice do prefeito Rodrigo Drable desde 2017. Júlio Esteves poderá recorrer da sentença em liberdade.
Entenda o caso
Segundo as informações do processo judicial, “no dia 23 de julho de 2020, por volta das 23h30, através de sua rede social Facebook, o denunciado Júlio Esteves cometeu ato de injúria racial à vítima Maria de Fátima Lima da Silva. O denunciado ofendeu-a afetando a dignidade e o decoro da então prefeita, divulgando texto sobre a política local, no qual, além de buscar diminuir sua capacidade de gestão e sua legitimidade perante a sociedade barra-mansense, vinculou a raça e a cor da vítima com o fato histórico "escravidão brasileira", sugerindo uma suposta hierarquia racial entre eles por Rodrigo Drable ter a pele clara”.
Conforme consta na sentença, durante o período de pré-candidatura das eleições de 2020, o denunciado, que foi candidato ao pleito e na época era pré-candidato a vereador, publicou em seu perfil no Facebook um texto com o título "Uma velha fazenda falida com os mesmos escravos” e utilizou a imagem de slogan contra o ‘Trabalho escravo’. No texto, inicialmente, Júlio Esteves atacou o prefeito Rodrigo Drable e comentou a respeito de uma entrevista dada por Fátima Lima a um jornal da cidade, relembrando o fato dela ter dito que “seria a primeira mulher negra a assumir o cargo de prefeita municipal”.

Em razão disso, segundo Júlio Esteves, ela estava fazendo "história". O denunciado argumentou que seu comportamento de se associar ao prefeito e de supostamente "manter os quadrilheiros no governo" seria "uma vergonha, que sua digna cor historicamente não merece". Prosseguindo em sua narrativa, Júlio Esteves ainda disparou contra a situação de Fátima Lima afirmando que ela "se tornar capacho do loiro de olhos azuis é um retrocesso histórico e uma submissão acintosa".
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