Uma das iniciativas mais recentes desenvolvidas com os jovens da unidade é a oficina de Monitoria, nela os adolescentes aprendem como classificar e organizar os livros e demais publicações da bibliotecaDivulgação / Degase
Publicado 24/02/2022 16:16 | Atualizado 24/02/2022 16:17
Belford Roxo - A sala de leitura do Centro de Atendimento Intensivo de Belford Roxo (CAI Baixada), do  Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase), está de cara nova. Neste mês de fevereiro, o artista Martin Monteiro realizou um trabalho de grafite nas instalações do espaço com o tema "Livros em Movimento".
Segundo a bibliotecária Simone Barros, que atua na unidade desde 2013, o grafite é uma forma de deixar o espaço ainda mais atrativo para os adolescentes.
"Ao longo dos anos, o objetivo de todos os trabalhos de biblioteconomia, o investimento na infraestrutura, revitalizações do espaço, adequação e modernização do acervo têm sido um conjunto de ações voltadas à formar novos leitores entre os socioeducandos e incentivá-los a conhecer todas as possibilidades que os livros e suas histórias podem trazer", ressaltou Simone.
Projetos desenvolvidos no CAI Baixada
Uma das iniciativas mais recentes desenvolvidas com os jovens da unidade é a oficina de Monitoria, nela os adolescentes aprendem como classificar e organizar os livros e demais publicações da biblioteca, sinalizando-as por assunto como: biografia, juvenil, histórias em quadrinhos, poesia, romance, literatura de periferia e afrodescendente, entre outras.
"Quando eu cheguei no Degase me sentia vazio, sem nenhuma qualidade, sem perspectivas. Meu vocabulário era limitado, eu não sabia falar direito com as pessoas, me comunicar direito, de dez palavras que eu falava, sete eram gírias. Mas com a leitura eu pude conhecer outros mundos, outras experiências que eu nem fazia ideia que existiam. Isso mudou minha forma de falar, minha forma de agir. Agora eu incentivo todo mundo a ler também", contou L, socioeducando que hoje também participa da oficina de monitoria do CAI.
A sala de leitura que desde o ano passado passou a contar também com acesso à internet, ainda desenvolve atividades como: mediação de leitura, com textos lidos em voz alta junto com os adolescentes, proporcionando diálogos de acordo com o tema do livro; atendimentos em grupo no contraturno escolar dos jovens; biblioterapia, quando o texto desempenha o papel de terapeuta abordando diversos assuntos; circulação/empréstimos de livros, estimulando a leitura nos alojamentos e no tempo livre; incentivo de leituras com objetivos terapêuticos, com objetivo de trabalhar a autoestima e sensibilizar os socioeducandos para adquirir o hábito e interesse em ler.
"Com estes espaços e utilização contínua deles, incorporados às atividades das unidades, o Degase vem avançando e aumentando cada vez mais o público leitor entre os socioeducandos e alavancando novos projetos. Essa é uma conquista para todos nós, porque quando a educação acontece, toda a sociedade é beneficiada", afirmou o secretário estadual de Educação do RJ, Alexandre Valle.
Atualização e formação continuada dos profissionais
Por meio da Divisão de Profissionalização (Dipro) do Degase, uma parceria com a ONG RECODE e o Instituto Interdisciplinar de Leitura da PUC-Rio está proporcionando uma formação continuada por meio de dez oficinas desenvolvidas especialmente para os profissionais de bibliotecas, certificando-os em Mediadores de Leitura.
A capacitação, que está sendo realizada pela bibliotecária Simone, aborda temas como Novas Tecnologias: leitura, mídias sociais e mundo digital; Contação de histórias; Dinamização de acervos; Literatura infantil e juventude; Leitura e relações de trabalho, entre diversos outros.
"É impossível pensar em socioeducação e não incluir o acesso aos livros e atividades que estimulem o aprendizado e a ampliação do conhecimento. É isso que torna o jovem capaz de imaginar e construir novas possibilidades para sua vida", disse o diretor-geral do Degase, Victor Poubel.
A parceria com a RECODE também está gerando a oportunidade de que servidores de outras áreas do Departamento ou que atuam no órgão sejam capacitados como educadores sociais. Após a certificação, este profissional passa a ser um multiplicador e pode ministrar os cursos para os socioeducandos. Dois dos módulos oferecidos são: Ferramentas digitais para o mercado de trabalho: desvendando o Windows, Word, Excel e Power Point; e o "Reprogramando seu futuro" que orienta na preparação de currículos e aborda outros temas.
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