A cerimônia de abertura da posse popular contou com 38 novos defensores aprovados no XXVIII Concurso da instituiçãoAlexandre Almeida / Defensoria Pública RJ
Publicado 11/12/2024 11:46 | Atualizado 11/12/2024 12:00
Belfprd Roxo - “De 17 milhões de habitantes, nós temos 11 milhões de pessoas pobres e muito pobres no Rio de Janeiro, então, precisamos lutar contra essa desigualdade e estar presente nos territórios”, disse a defensora pública-geral, Patrícia Cardoso, na cerimônia de abertura da posse popular dos 38 novos defensoras aprovados no XXVIII Concurso da instituição. O evento da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro  (DPRJ), foi realizado no último sábado (07), na ONG "Sim! Eu Sou do Meio", em Belford Roxo, um dos maiores municípios da Baixada Fluminense, e contou com a participação de lideranças comunitárias.
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A coordenadora da ONG anfitriã "Sim! Eu Sou do Meio", Débora Silva, destacou a importância da Defensoria Pública em sua trajetória, principalmente durante a pandemia, período que classificou como o mais difícil de sua história como liderança comunitária. “Foi a primeira instituição que olhou para gente e enxergou as quase 500 mil pessoas que vivem aqui”, afirmou.
Além do apoio fundamental oferecido às comunidades, a ouvidoria externa da Defensoria também tem sido um elo essencial para garantir a aproximação entre a instituição e a sociedade civil. A ouvidora-geral, Fabiana Silva, destacou o compromisso com a transparência e a escuta ativa das demandas sociais.
"A Defensoria tem um trabalho muito especial de aprendizado e formação com as lideranças locais. Esse diálogo nos ajuda a elaborar ações direcionadas para as reais necessidades de cada comunidade", afirmou a ouvidora, frisando a importância do trabalho contínuo na construção de uma comunicação direta com as populações mais vulneráveis.
O primeiro colocado do concurso, Pedro Henrique Terra, representou os colegas e conduziu o juramento de posse. O defensor reforçou o comprometimento de uma atuação voltada à garantia de direitos e a responsabilidade do exercício do cargo, visando a cidadania plena e a promoção do acesso à justiça.
Também estiveram presentes, representando a Defensoria, o subdefensor público-geral de gestão, Marcelo Leão; a subdefensora pública-geral institucional, Cíntia Guedes; a corregedora-geral, Katia Varela; e a chefe de gabinete, Alessandra Bentes.
PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS
O evento contou com uma apresentação especial da companhia teatral da ONG “Mundo Novo”, da baixada fluminense. A ONG que tem como objetivo transformar a vida de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, principalmente com dificuldade de acesso à educação. A peça, intitulada “Eu só quero é ser feliz”, fez uma alusão aos sonhos de pessoas que residem nas comunidades do Rio de Janeiro.
"Sempre vi a favela sendo retratada de forma agressiva nas peças e esse espetáculo maravilhoso tem um impacto muito grande porque fala sobre a realidade que não é vista, sobre jovens da favela que também querem sonhar e podem desejar realizar muitas coisas", contextualizou o diretor artístico da companhia, Rodrigo Veroll.
A participação de lideranças parceiras também abrilhantou o evento. Representantes de movimentos sociais, como Redes da Maré, Fórum de Cozinhas Solidárias, Geohídrica, liderança quilombola, tiveram seu espaço de fala e reforçaram a importância dessa rede de acesso à justiça que vem sendo construída com a Defensoria.
"Devemos pensar estruturalmente no acesso à justiça, que dialogue com o acesso a essa cidadania, olhando as demandas de cada realidade presente no estado", disse Tainá Alvarenga, da Redes da Maré.
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