O café está diretamente ligado à história de Bom Jardim, que chegou a ser um dos maiores produtores do BrasilVisite Bom Jardim
Publicado 09/12/2025 16:34
O município de Bom Jardim volta a ganhar evidência no cenário agrícola fluminense. O café produzido na cidade está entre os finalistas do I Prêmio Excelência – Cafés do Rio, iniciativa que busca valorizar a cafeicultura estadual e reconhecer os produtores que vêm investindo em qualidade, sustentabilidade e inovação. A cerimônia final acontece no dia 12 de dezembro, no Palácio Guanabara, no Rio.

Representando Bom Jardim, o produtor Everardo Tardin Erthal concorre na categoria Café via Úmida, método que envolve maior controle no processo de secagem e costuma realçar doçura, acidez equilibrada e notas complexas no grão — características valorizadas no mercado de cafés especiais.
A disputa envolve produtores de todo o estado, com avaliação realizada por especialistas em análises sensoriais. Os cafés passaram por etapas de triagem, prova de xícara e pontuação seguindo protocolos internacionais. Estar entre os finalistas significa atingir um nível de excelência difícil de alcançar — especialmente para agricultores familiares que ainda enfrentam limitações de equipamentos e infraestrutura.

Para Bom Jardim, a indicação representa mais do que um prêmio: é um símbolo de reconhecimento do trabalho rural local, muitas vezes silencioso, mas fundamental para a economia do município.
Tradição que resiste e se moderniza

Embora pouco lembrado pelo grande público, Bom Jardim possui uma longa história com a cafeicultura e chegou a ser um dos maiores produtores do Brasil por volta do ano 1890. Naquela época existiam muitos produtores no município, emancipado de Cantagalo em 1892. Porém, desde o início dos plantios do café duas famílias tiveram maior destaque: a Corrêa da Rocha, que em 1818 adquire a Fazenda Nossa Senhora da Soledade e rapidamente prospera no cultivo de café; e a Erthal com a chegada de João Erthal (Johann Muller Erthal) que emigrou para o Brasil em 1826.
A região de montanha sempre favoreceu o cultivo, mas durante décadas o café fluminense sofreu com baixa valorização nacional. Esse cenário começou a mudar nos últimos anos, impulsionado por cooperativas, ações da Emater-Rio e cursos técnicos que incentivam boas práticas agrícolas, colheita seletiva e microbeneficiamento.

Hoje, produtores como Tardin fazem parte de uma nova geração que busca qualidade acima de quantidade, apostando em processos pós-colheita mais precisos e na colheita de grãos maduros, o que eleva o potencial sensorial e coloca os cafés serranos em outro patamar.
A expectativa é que a indicação impulsione ainda mais a produção local. Com novos compradores interessados e com o aumento da notoriedade, o café de Bom Jardim pode acessar mercados especializados no estado e até fora dele.


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