O Touro Negro venceu as três noites do festivalRenan Schuindt / Agência O DIA
Por Rodrigo Teixeira e Renan Schuindt*
Publicado 02/07/2018 23:25 | Atualizado 03/07/2018 12:38

Parintins - O Boi-Bumbá Caprichoso venceu o 53º Festival Folclórico de Parintins e conquistou o bicampeonato (2017 e 2018) apresentando o tema "Sabedoria Popular – Uma Revolução Ancestral". A apuração das notas dos jurados aconteceu no início da tarde desta segunda-feira, no Bumbódromo de Parintins, no Amazonas.

A arena de disputa dos bumbás, que comemorou 30 anos em 2018, foi palco da disputa que se deu por décimos. o Touro Negro venceu as três noites do festival. A diferença de bumbás foi de 3,7 pontos, na pontuação geral. Caprichoso ficou com 1.259,1 e Garantido com 1.255,4. Esta é 24ª vez que o Caprichoso conquista o título do Festival Folclórico de Parintins.

Nos três dias, a apresentação do bumbá foi marcada por emoção, surpresas e superação.

O Caprichoso abriu a primeira noite de apresentação, na última sexta, e apresentou o tema: "Ancestralidade, o Ethos do Saber Popular". Entre os momentos mais marcantes está o da alegoria do ritual Tariana, do artista Junior de Souza, que trouxe o pajé Netto Simões, que impressionou o público presente ao se transformar em um escorpião. Na encenação do Auto do Boi, o bumbá também surpreendeu: o pajé que encenou a ressurreição do boi sobrevoou o Bumbódromo sobre uma prancha, levando a galera azulada ao delírio.

No segundo dia de apresentações, o Caprichoso levou o tema "Encontros: um mosaico de saberes". A lenda amazônica "Sissa: a flor dos Aimarás" abriu a noite com uma gigantesca alegoria.

O touro negro encerrou uma noite marcada pela superação, ao conseguir levar ao Bumbódromo a alegoria do ritual indígena "Transcendência Yanomami", quase perdida em um incêndio, na última quinta. O canadense Alexandro Duru sobrevoou o Bumbódromo novamente, desta vez representando um pássaro e trazendo o estandarte da porta-estandarte Marcela Marialva.

Encerrando a última noite de Festival, o bumbá levou para a arena o tema "Arte: a Revolução pelo saber popular"’, clamando igualdade e respeito à diversidade, já na madrugada desta segunda. O Touro Negro chegou ao bumbódromo em uma alegoria que representava o Cristo Redentor, símbolo da cidade do Rio de Janeiro. O coração da imagem deu lugar ao contorno da Região Norte do Brasil e de lá saiu o boi, que levou ao delírio a galera azulada. Além das lendas amazônicas, a arte dos artesãos e a despedida da rainha do folclore Brena Dianná marcaram a noite.

* Repórter e repórter cinematográfico viajaram à convite da Empresa Estadual de Turismo do Amazonas (Amazonastur) para cobrir o Festival Folclórico de Parintins de 2018.

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