Rio - Uma jovem de 19 anos identificada apenas como Evelin que ficou com o jogador Daniel Freitas durante a festa de aniversário de Allana Brittes disse à Polícia Civil que Edison Brittes Júnior, assassino confesso do jogador, mandou que ela, outros convidados, Allana e Cristiana Brittes limpassem o sangue do quarto após as agressões. Edison teria pedido a outra mulher, identificada como Tais, para limpar a parte externa da casa da família Brittes.
Ela também disse que viu Daniel se mexer antes de sair da casa, o que indica que ele ainda estaria vivo, o que vem sendo corroborado em depoimentos de testemunhas. A testemunha também relatou que ao voltar para casa, Edison disse que matou Daniel à filha Alana.
Evelin prestou depoimento na tarde de segunda-feira. Até agora, a polícia ouviu quinze testemunhas. As informações foram divulgadas pela TV Globo.
Ela relatou que o tecido do colchão do casal foi cortado na parte em que havia sangue e queimado com documentos do Daniel.
O advogado disse que Evelin conhecia Alana há cerca de um ano e foi convidada para a festa. A jovem não conhecia Daniel, apenas o beijou no camarote da casa noturna Shed em Curitiba, onde era celebrada a festa de Allana Brittes. Ela disse que os dois conversaram amenidades como falar sobre os respectivos filhos.
Evelin disse que Daniel chegou à casa da família Brittes, após a festa, sem ser convidado e que ele "não aparentava estar embriagado". Daniel, de acordo com ela, estava "tranquilo e conversava normalmente".
A jovem contou que estava dormindo antes das agressões contra Daniel e que "não ouviu em nenhum momento qualquer solicitação de socorro por parte de Cris". Ela ressaltou que Cristiana Brittes não relatou "abuso sexual ou estupro por parte de Daniel".
Durante o depoimento, a jovem também falou que viu Cristiana Brittes chamando Allana Brittes e dizendo: "Ajuda, desce, senão seu pai vai matar o menino".
Em seguida, ela teria visto Edison Brittes segurando Daniel pelo pescoço no quarto do casal e que o jogador "não falava nada". A testemunha também contou que, ao chegar ao quarto, Edison Brittes deu tapas no rosto da mulher.
Nesse momento, conforme a testemunha, Edison Brittes mandou que a porta fosse fechada e Allana Brittes obedeceu.
Em seguida, conforme o depoimento, Eduardo Henrique da Silva, Ygor King e David Willian da Silva, os outros três presos por envolvimento no crime, entraram no cômodo. Os três já prestaram depoimentos.
Ela disse que da sala onde estava ouvia do quarto Edison Brittes dizendo 'Seu vagabundo, quem mandou mexer com mulher casada, no meu quarto, com a minha mulher'", diz em trecho do depoimento divulgado pela TV RPC.
A jovem também disse que Edison Brittes falou "que não era para pedir ajuda de ninguém" e que ela chegou a pedir para que o suspeito parasse com as agressões, mas que ele respondeu que "estava na casa dele" e que "ela não mandava" ali.
Evelin acrescentou que viu um dos convidados, que não foi preso, pegando na cozinha a faca usada no crime.
A testemunha afirmou que Cristiana Brittes dizia que não era para deixar Edison Brittes fazer nada. Então, o marido a questionou: "Você está defendendo esse vagabundo".
A testemunha disse que, depois das agressões, Daniel foi colocado em um cobertor no porta-malas do carro. Ela não confirmou quem acompanhou Edison Brittes carro. A Polícia acredita que foram os jovens Ygor, David e Eduardo. Os três estão presos.
Quando Edison Brittes voltou, conforme a testemunha, Allana Brittes questionou o que o pai tinha feito. Edison teria respondido 'matei ele'. Allana questionou como, mas o assassino confesso disse que Júnior ficou em silêncio", diz trecho do depoimento.
Segundo a testemunha, Brittes disse que "havia matado o gambá" e que "não ia aguentar" o jogador depois de vê-lo na cama com a mulher.
Por fim, a jovem disse que foi orientada por Edison Brittes a dizer para a polícia que Daniel tinha ido embora sem dizer nada. Contou ainda que ele pediu que ela fosse a um encontro no shopping, mas que ela não foi por medo.
Câmeras de segurança flagraram a família Brittes com os três jovens suspeitos na praça de alimentação de um shopping dois dias após o assassinato. Para a polícia houve coação de testemunhas.