Rio - O deputado federal David Miranda (PSOL-RJ) emitiu nota nesta segunda-feira, afirmando que encaminhou as ameaças de morte à Polícia Federal, após os vazamentos de conversas entre Moro e procuradores da Lava Jato pelo Intercept, em matérias assinadas pelo jornalista Glenn Greenwald. O parlamentar – que já havia sofrido ameaças de morte ao assumir o cargo de Jean Wyllys – é casado com Glenn há mais de dez anos.
Leia a nota completa:
"As ameaças que venho sofrendo via e-mail nas últimas semanas não vão interferir na minha conduta como deputado federal. Permaneço atuando com o vigor de sempre, em defesa das causas sociais e dos Direitos Humanos. Preocupo-me com a minha segurança e da minha família e, para nos resguardar, fiz os devidos encaminhamentos às autoridades competentes. À Polícia Federal, apresentei queixa-crime em 13 de março passado, quando recebi as primeiras ameaças ao assumir o cargo do companheiro de partido Jean Wyllys, que renunciou por receber repetidos ataques cibernéticos com a mesma gravidade, durante o seu último mandato. Novos relatos foram encaminhados à PF no dia 11 de junho, diante do crescimento do número de ações de grupos de ódio e homofóbicos que ocorreu depois das denúncias relativas à Operação Lava-Jato, publicadas pelo jornalista Glenn Greenwald, com quem sou casado há quase 15 anos e tenho dois filhos. Ressalto que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, tomou providências a partir do ofício que encaminhei à Presidência da Casa, oferecendo-me apoio do Departamento da Polícia Legislativa."
Entenda os vazamentos
No dia 9 de junho, o site The Intercept Brasil divulgou conversas privadas entre o juiz Sérgio Moro e procuradores da Lava Jato, inclusive o coordenador da força-tarefa, Deltan Dallagnol. Os diálogos mostram que juiz e procuradores trabalharam em conjunto para alinhar os desdobramentos da operação, chegando a impedir que o ex-presidente Lula fosse entrevistado durante as eleições de 2018, com o objetivo de evitar a eleição do candidato do PT.
O site afirma que as conversas foram enviados por uma fonte anônima. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e a Lava Jato afirmam terem sido alvos de ataque hacker. O aplicativo Telegram disse que não há evidência de ataque hacker.
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