Por O Dia
Publicado 22/05/2020 00:00

Pelo segundo dia consecutivo, o empresário Paulo Marinho se apresentou a autoridades para prestar depoimentos sobre supostos vazamentos da Operação Furna da Onça para o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). Ontem à tarde, ele depôs por cerca de três horas no Ministério Público Federal (MPF). Ao sair, afirmou que entregou provas. 

"Estive aqui (no MPF) para depor e reproduzi meu depoimento de quarta-feira, mas hoje (ontem) com riqueza maior de detalhes. A investigação aqui é mais ampla. Trouxe provas e deixei na mão do procurador, que me solicitou que não declarasse o meu depoimento para a imprensa. O que posso dizer é que confirmei o conteúdo da entrevista que dei para a Folha de São Paulo, porém com mais detalhes", disse Marinho. 

Na última terça-feira, o empresário esteve na sede da Polícia Federal, na Praça Mauá, para prestar depoimento sobre a denúncia que fez na entrevista.

Segundo o coordenador do Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial do MPF, Eduardo Benones, a expectativa é de concluir a investigação o quanto antes. "Eu espero que seja o mais rápido possível, desde que não atropele o procedimento e traga prejuízo para a acusação. A ideia da investigação é colher elementos para eventual acusação. A questão é o que está em jogo e a complexidade da informação", destacou.

A partir do depoimento de ontem, ainda vão analisar se será necessário ouvir outras pessoas. "É preciso analisar o que foi dito e decidir qual passo tomar", finalizou Benones.

Ameaças e possível 'devassa'
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Mudança de rotina do presidente Jair Bolsonaro
Após Paulo Marinho ter contado sobre o suposto vazamento de informações da PF para o filho do presidente, Jair Bolsonaro tem evitado contato com os jornalistas, segundo o jornal Folha de São Paulo. Dessa forma, ele se preservaria de perguntas sobre as declarações do ex-aliado. 
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No domingo passado, o empresário afirmou que o senador Flávio, na época deputado estadual, teria conhecimento da Operação Furna da Onça e informações sobre movimentação incomum nas contas de Fabrício Queiroz, ex-assessor do parlamentar na Alerj. Essas atividades apontavam para a chamada 'rachadinha', retenção indevida, por assessores, de parte das gratificações recebidas por outros funcionários de gabinetes.
Segundo Marinho, um delegado procurou Flávio Bolsonaro em outubro de 2018, entre o primeiro e segundo turnos da eleição, para avisar que o nome de Queiroz havia aparecido na investigação. O empresário afirma que ouviu de Flávio que a operação fora adiada para não prejudicar a candidatura da família Bolsonaro. 
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A operação foi às ruas no dia 8 de novembro e cumpriu 19 mandados de prisão temporária, três de prisão preventiva e 47 de busca e apreensão, expedidos pelo TRF-2, e teve como alvo deputados da Alerj. 

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