Coronavírus aterroriza o mundoReprodução Internet
Por O Dia*
Publicado 01/08/2020 10:11 | Atualizado 01/08/2020 17:07
São Paulo - O Ministério da Saúde está pretendendo investir R$ 1,8 bilhão para começar a produzir a vacina da farmacêutica AstraZeneca contra o novo coronavírus, cujos testes são conduzidos pela Universidade de Oxford. Desse valor, R$ 522 milhões irão para a estrutura da unidade da Fiocruz que produz imunobiológicos, a Bio-Manguinhos, e R$ 1,3 bilhão é de despesa referente a pagamentos previstos no contrato de encomenda tecnológica.

Em nota à imprensa divulgada nesta sexta-feira, 31, o ministério informou que foi assinado um documento que "dará base para o acordo entre os laboratórios sobre a transferência de tecnologia e produção de 100 milhões de vacinas contra a covid-19, caso seja comprovada sua eficácia e segurança". A pasta disse que esse entendimento é o passo seguinte nas negociações realizadas pelo governo federal, a embaixada do Reino Unido e a AstraZeneca

A assinatura definitiva do acordo agora tem previsão para ocorrer na segunda semana de agosto, quando será garantido o acesso a 100 milhões de doses do insumo da vacina, "das quais 30 milhões de doses entre dezembro e janeiro e 70 milhões ao longo dos dois primeiros trimestres de 2021", detalhou o ministério. O DIA questionou à Secretaria Estadual de Saúde do Rio, à Fiocruz e ao Ministério da Saúde sobre a previsão para a vacina ser distribuída à população. A Secretaria de Saúde e a Fiocruz informaram que a estratégia de vacinação será definida pelo Ministério da Saúde. Já o Ministério da Saúde não deu previsão para a distribuição à população e não esclareceu qual será o público prioritário para receber as primeiras doses.

O investimento na estrutura de Bio-Manguinhos terá o objetivo de ampliar a capacidade nacional de produção de vacinas. "Demos mais um passo importante para a formalização do acordo entre os laboratórios. Essa ação do governo federal significa um avanço para o desenvolvimento de tecnologia nacional e de proteção da população brasileira", afirmou na nota Camile Giaretta, diretora de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde.

O ministério informou que a Fiocruz recebeu informações técnicas da AstraZeneca que necessárias para a "definição dos principais equipamentos para o início da produção industrial". "Com sua larga experiência em produção de vacinas, a instituição também colocará à disposição sua capacidade técnica a serviço dos esforços mundiais para a aceleração do escalonamento industrial da vacina junto a outros parceiros", declarou a pasta.

O governo disse ainda que a vacina produzida por Bio-Manguinhos será distribuída pelo Programa Nacional de Imunização (PNI), que atende o Sistema Único de Saúde (SUS).
* Com Estadão Conteúdo