Rio, 08/02/2020 - Greve dos petroleiros da petrobras, Av Chile. Centro do Rio. Foto: Ricardo Cassiano/Agencia O DiaRicardo Cassiano/Agencia O Dia
Por O Dia
Publicado 27/01/2021 18:55
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos vão apoiar a paralisação dos caminhoneiros, marcada para começar na segunda-feira, dia 1º de fevereiro, encabeçada pela Associação Nacional de Transporte no Brasil (ANTB). O apoio dos petroleiros terá ações localizadas em todo o país, unindo o protesto com solidariedade pelo momento difícil em que o Brasil se encontra, com altas taxas de desemprego e perda de renda.
A pauta dos caminhoneiros contém dez itens, mas a principal reivindicação, e que tem total apoio dos petroleiros, é a alta no valor dos combustíveis, considerada abusiva. Segundo eles, o diesel representa até 60% no valor da viagem e tem impacto, inclusive, no preço do produto final, como insumos e alimentos. Somente em 2020, os preços do diesel tiveram 20 aumentos.
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De acordo com Deyvid Bacelar, coordenador geral da FUP, os reajustes estão ocorrendo, desde outubro de 2016, quando o mercado privado pressionou a Petrobrás a mudar sua política de preços para viabilizar a privatização da empresa, baseando-se no Preço de Paridade de Importação (PPI). No início do mês, a Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) recorreu ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e à Agência Nacional do Petróleo (ANP) alegando que a Petrobrás vendia combustível abaixo da média internacional, prejudicando a concorrência, no mercado de derivados de petróleo.

"Essa é uma amostra do que acontecerá com o país, caso a privatização avance: sem compromisso com a responsabilidade social, apenas com o lucro. Com a privatização, a tendência é que o preço dos derivados aumente muito mais. O projeto para o setor de petróleo e gás que o país está seguindo é o de submissão ao mercado internacional, sem o mínimo debate sobre os interesses do povo e a soberania energética", afirmou Bacelar.
Com data para começar e sem data para terminar, a expectativa é que a greve possa superar à de 2018 em decorrência da maior conscientização da categoria e da população sobre as pautas envolvidas e os efeitos para toda sociedade.
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Além dos preços justos para combustíveis com o fim do 'PPI, Já!', também estão entre as bandeiras de lutas dos caminhoneiros, com apoio dos petroleiros: o enfrentamento da crise sanitária (ampliação dos recursos para o SUS e defesa das medidas de distanciamento social) e o enfrentamento da crise econômica (retomada do Auxílio Emergencial), defesa do Programa de Proteção ao Emprego; luta contra o Teto dos gatos e contra a Reforma administrativa).
Além disso, a luta representa um ato da FUP, das Centrais Sindicais e Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo contra a crise política do país, tendo como mote "Fora Bolsonaro, Impeachment Já!".
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