Publicado 21/05/2021 16:09 | Atualizado 21/05/2021 16:31
O presidente do diretório estadual do PCdoB no Maranhão, o deputado federal licenciado Márcio Jerry, pretende enviar uma representação à Procuradoria Regional Eleitoral contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ele vai pedir a abertura de uma investigação por uso de dinheiro público para promover campanha antecipada à reeleição em 2022 e ataques a adversários durante sua visita ao Maranhão.
"Representarei contra Bolsonaro ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e à Procuradoria Regional Eleitoral uma representação por propaganda eleitoral antecipada e com utilização ilegal de um evento público, portanto utilizando recursos públicos. O que se viu hoje foi Bolsonaro fazendo campanha eleitoral antecipada aqui no Maranhão, usando dinheiro público. Reitero que vamos fazer representação ao Ministério Público", afirmou ele.
Segundo Jerry, Bolsonaro promoveu um comício fora de época nesta sexta-feira e que foi "bancado ilegalmente com recursos públicos". "Bolsonaro fez hoje em Açailândia nova propaganda eleitoral negativa antecipada. Usando dinheiro público para campanha eleitoral antecipada, o que é absolutamente ilegal. Bolsonaro demonstra ter verdadeira obsessão pelo governador Flávio Dino. Nada faz e tem raiva de Flávio Dino por este fazer tanto pelo Maranhão. Ele mais uma vez revelou o covarde que é ao disparar ataques sem citar os nomes", afirmou.
Jerry pediu licença da cadeira na Câmara dos Deputados para assumir o comando da Secretaria das Cidades e do Desenvolvimento Urbano no governo Flávio Dino (PCdoB), uma das principais lideranças de oposição a Bolsonaro.
No evento, Bolsonaro afirmou suas posições contrárias ao comunismo. "O comunismo não deu certo em lugar nenhum do mundo e não é no Brasil que vai dar certo. Quando se fala em partido comunista, vocês têm que ter aversão a isso e mostrar onde esse regime foi implementado e o que sobrou para o povo. Sobrou a igualdade, mas igualdade na miséria, na desesperança, na fome, na tristeza. Tudo que não presta simboliza ao comunista", afirmou ele.
Em seguida, o presidente afirmou que o Maranhão será "libertado da praga do comunismo". A fala seria um posicionamento direto ao chefe do Executivo do estado que é filiado ao Partido Comunista do Brasil.
"Dizer a todos do Maranhão que perderam seus empregos, não foi obra do governo federal. Quem fechou o comércio, obrigou vocês a ficarem em casa e destruíram milhares de empregos foi o governador do seu estado. As medidas adotadas pelo governador não tem comprovação científica, que ele pode oprimir o povo, que ele pode escravizar o povo, defender é 'a ponta da praia'. O governador não quer saber da vida de vocês", esbravejou o presidente.
O presidente continua com ataques ao governador do estado do Maranhão, crítico do governo federal. "Lá na Coreia do Sul (sic) é uma ditadura e o ditador não é um gordinho? Na Venezuela também é uma ditadura e não é gordinho o ditador? E quem é o gordinho ditador aqui no Maranhão?", afirmou o presidente em meio a gritos de apoiadores.
No discurso, o presidente confundiu a Coreia do Norte, regime comandado por Kim Jong-un, com a Coreia do Sul. Ele chegou a ser corrigido pelo presidente da Caixa Econômica, Pedro Guimarães, mas não ouviu o alerta.
Nas redes sociais, Dino rebateu Bolsonaro, afirmando que não tem tempo para "para molecagens, cercadinhos e passeios com dinheiro público".
"Bolsonaro anda preocupado com o meu peso, algo bem estranho e dispensável. Tenho ótima saúde física e mental. E estou ocupado com vacinas, pessoas doentes, medidas sociais, coisas sérias. Trabalho muito. Não tenho tempo para molecagens, cercadinhos e passeios com dinheiro público", escreveu Flávio.
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