Publicado 16/06/2021 14:28
O governador cassado do Rio de Janeiro Wilson Witzel afirmou que pediu ao presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), que entregasse todos os hospitais federais e a verba necessária para fazer a reestruturação e administração no combate contra a covid-19. Segundo o ex-governador, a intenção da gestão estadual era construir 1,5 mil de hospitais de campanha, mas os planos "foram sabotados". "A conclusão que eu chego é que não me deram os leitos e ainda sabotaram os hospitais de campanha exatamente para criar o caos", denunciou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, nesta quarta-feira (16).
Wilson Witzel afirmou que, no início de 2019, foram solicitados 800 leitos ao então ministro da Saúde Henrique Mandetta para a administração do Estado com foco no Sistema Único de Saúde (SUS) Em sua avaliação, com tais leitos, o Rio de Janeiro poderia estar "mais preparado" no combate à pandemia. "Talvez nem fossem necessários os hospitais de campanha".
No processo de impeachment votado no início de maio em que Witzel foi condenado, estava a gestão dos hospitais de campanha do ex-governador. Ele foi condenado por crimes de responsabilidade na resposta do governo do estado à pandemia e, especificamente, pela requalificação da organização social Instituto Unir Saúde ao assumir contratos com a administração pública e a contratação da OS Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas) para a construção e gestão de hospitais de campanha no ano passado.
Ainda em críticas à gestão federal, Witzel reforçou que "a ideia do governo federal era a contaminação de rebanho". Segundo ele, foram feitas reuniões para o combate da pandemia com especialistas que constataram que a contaminação de rebanho e o isolamento vertical "não seriam suficientes para o Rio de Janeiro". Witzel afirma que tomou medidas restritivas em aeroportos, rodovias e esvaziamento das praias para que o Estado tivesse condições para avaliar o progresso da doença no território carioca.
O governador cassado ainda afirmou que não conseguiu se reunir com o ex-ministro da Saúde Nelson Teich e esteve apenas uma vez com o também ex-ministro Eduardo Pazuello, em visita ao hospital de campanha do Maracanã. "Em todas essas oportunidades, os hospitais federais não foram colocados à disposição no Estado do Rio de Janeiro. Enquanto eu fui governador, eu não tive a colaboração absolutamente nenhuma para poder fazer enfrentamento ao combate ao coronavírus", declarou.
Perseguição
Wilson Witzel prometeu, no depoimento à CPI da Covid, "aprofundar" suas acusações sobre estar sendo perseguido politicamente por instituições de Estado em um nova e sigilosa oitiva. A CPI avalia tomar novo depoimento de Witzel sob segredo de Justiça, como sugeriu há pouco o ex-governador. "Reafirmo que me considero perseguido politicamente por uma instituição que não deveria ser politizada, para aprofundar sobre isso, acredito que deva ser em segredo de Justiça", afirmou Witzel.
O depoimento até agora é marcado por uma série de interrupções do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), em razão de questionamentos do relator, Renan Calheiros (MDB-AL), sobre a relação entre Witzel e a família Bolsonaro, que hoje estão rompidos. "O que isso tem a ver com covid, na boa"?, questionou o filho de Jair Bolsonaro durante o interrogatório de Renan.
Integrantes da CPI começaram a questionar a pertinência de o relator fazer perguntas a Witzel não relacionas à pandemia, com endosso do próprio presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM). "Se Flávio apoiou Witzel, se Witzel apoiou Flávio, é problema deles", pontuou Aziz.
Renan, com apoio de outros senadores da oposição, continuou perguntando ainda por qual razão o ex-governador declarou, em outra ocasião, que Flávio Bolsonaro deveria estar preso. "Está me desrespeitando como senador, e vou querer falar", interrompeu Flávio. "Como essa questão é delicada e foi feita fora da situação da covid, trata da eleição e outros fatos peço escusas para não comentar tal declaração", respondeu Witzel.
Wilson Witzel afirmou que, no início de 2019, foram solicitados 800 leitos ao então ministro da Saúde Henrique Mandetta para a administração do Estado com foco no Sistema Único de Saúde (SUS) Em sua avaliação, com tais leitos, o Rio de Janeiro poderia estar "mais preparado" no combate à pandemia. "Talvez nem fossem necessários os hospitais de campanha".
No processo de impeachment votado no início de maio em que Witzel foi condenado, estava a gestão dos hospitais de campanha do ex-governador. Ele foi condenado por crimes de responsabilidade na resposta do governo do estado à pandemia e, especificamente, pela requalificação da organização social Instituto Unir Saúde ao assumir contratos com a administração pública e a contratação da OS Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas) para a construção e gestão de hospitais de campanha no ano passado.
Ainda em críticas à gestão federal, Witzel reforçou que "a ideia do governo federal era a contaminação de rebanho". Segundo ele, foram feitas reuniões para o combate da pandemia com especialistas que constataram que a contaminação de rebanho e o isolamento vertical "não seriam suficientes para o Rio de Janeiro". Witzel afirma que tomou medidas restritivas em aeroportos, rodovias e esvaziamento das praias para que o Estado tivesse condições para avaliar o progresso da doença no território carioca.
O governador cassado ainda afirmou que não conseguiu se reunir com o ex-ministro da Saúde Nelson Teich e esteve apenas uma vez com o também ex-ministro Eduardo Pazuello, em visita ao hospital de campanha do Maracanã. "Em todas essas oportunidades, os hospitais federais não foram colocados à disposição no Estado do Rio de Janeiro. Enquanto eu fui governador, eu não tive a colaboração absolutamente nenhuma para poder fazer enfrentamento ao combate ao coronavírus", declarou.
Perseguição
Wilson Witzel prometeu, no depoimento à CPI da Covid, "aprofundar" suas acusações sobre estar sendo perseguido politicamente por instituições de Estado em um nova e sigilosa oitiva. A CPI avalia tomar novo depoimento de Witzel sob segredo de Justiça, como sugeriu há pouco o ex-governador. "Reafirmo que me considero perseguido politicamente por uma instituição que não deveria ser politizada, para aprofundar sobre isso, acredito que deva ser em segredo de Justiça", afirmou Witzel.
O depoimento até agora é marcado por uma série de interrupções do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), em razão de questionamentos do relator, Renan Calheiros (MDB-AL), sobre a relação entre Witzel e a família Bolsonaro, que hoje estão rompidos. "O que isso tem a ver com covid, na boa"?, questionou o filho de Jair Bolsonaro durante o interrogatório de Renan.
Integrantes da CPI começaram a questionar a pertinência de o relator fazer perguntas a Witzel não relacionas à pandemia, com endosso do próprio presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM). "Se Flávio apoiou Witzel, se Witzel apoiou Flávio, é problema deles", pontuou Aziz.
Renan, com apoio de outros senadores da oposição, continuou perguntando ainda por qual razão o ex-governador declarou, em outra ocasião, que Flávio Bolsonaro deveria estar preso. "Está me desrespeitando como senador, e vou querer falar", interrompeu Flávio. "Como essa questão é delicada e foi feita fora da situação da covid, trata da eleição e outros fatos peço escusas para não comentar tal declaração", respondeu Witzel.
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