Publicado 03/07/2021 11:50 | Atualizado 04/07/2021 08:31
Neste sábado, 3, manifestantes foram às ruas no terceiro ato nacional contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Os protestos foram marcados em mais de 360 cidades no Brasil, além de capitais no exterior, segundo levantamento da campanha “Fora Bolsonaro Nacional”. Ao todo foram contabilizados 361 atos, entre carreatas e manifestações presenciais. As informações foram levantadas pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. Os atos deste sábado receberam o nome de "3JForaBolsonaro".
Nos últimos dois meses, manifestantes foram às ruas em 29 de maio e também no dia 19 de junho. Além do impeachment, os manifestantes pedem a retomada do auxílio emergencial de R$ 600 e a aceleração da vacinação contra a Covid-19. Este é o primeiro ato após o pedido unificado de impeachment, protocolado na Câmara dos Deputados na quarta-feira, 30.
Com quase 520 mil mortes por Covid-19 no Brasil, além do impeachment do presidente, as manifestações ganharam força para ocorrer neste sábado também em razão dos últimos casos divulgados da compra de vacina, como as suspeitas de irregularidades na aquisição do imunizante indiano Covaxin e no superfaturamento da AstraZeneca.
No primeiro caso, a informação foi revelada pelo servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Fernandes Miranda, chefe de importação do Departamento de Logística, que apontou suposto esquema de corrupção na compra pelo governo federal. O irmão do servidor, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), afirmou que teria avisado ao presidente Bolsonaro sobre o esquema de corrupção na pasta. Entretanto, apesar do aviso, o governo seguiu com o contrato. Dias depois, no dia 29, o Ministério da Saúde anunciou a suspensão do contrato sob suspeita para compra da Covaxin.
A suspeita de irregularidade, que foi levada para sessão da Comissão de Inquérito Parlamentar (CPI) com o depoimento dos irmãos Miranda, gerou a abertura de um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar o presidente por um suposto crime de prevaricação. Além disso, o aliado do governo federal na Câmara dos Deputados, o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), foi convocado para depor na comissão.
Outra suspeita também motivou a ida dos manifestantes às ruas. Na última terça-feira, 29, o representante da Davati Medical Supply, Luiz Paulo Dominguetti Pereira, afirmou ter recebido pedido de propina de US$ 1 por dose da vacina AstraZeneca, vendida pela Davati, do diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, em troca da assinatura no contrato.
Os atos deste sábado são organizados por movimentos sociais como MST, MTST, frente Povo Sem Medo, Brasil Popular, Coalizão Negra por Direitos, União Nacional dos Estudantes (UNE), Central de Movimentos Populares (CMP) e Uneafro Brasil. Partidos como PT, PSOL e PCdoB apoiam as manifestações.
Em todas as capitais das unidades federativas, há atos agendados. Não há um horário específico para as manifestações. Há locais em que o início ocorreu às 7h30, como em Águas Lindas (GO) e Itapipoca (CE).
Capitais
No Recife, centenas de pessoas participam do ato. Movimentos sociais e militâncias de partidos de esquerda marcam presença expressiva, mas, diferentemente do protesto do dia 19 de junho na capital pernambucana, muitos idosos, famílias e crianças estão na manifestação.
Poucos carros de som conduzem a multidão, que, em sua maioria, caminha sob gritos de "fora, Bolsonaro" e "genocida", bem como o som de batucadas de percussão. A maior parte das pessoas veste vermelho, preto (com alguma referência ao luto pelos mais de 522 mil mortos pela covid-19 no País) ou as cores da bandeira do Brasil.
Em comparação aos dois protestos anteriores na capital pernambucana, há um registro maior no número de cartazes que pedem explicitamente o impeachment do presidente. Há também outros que citam crime de prevaricação, corrupção e a CPI da Covid.
Políticos de oposição ao governo Bolsonaro, como o senador Humberto Costa (PT) - membro da CPI - marcam presença no ato. Em alguns momentos, manifestantes puxam o canto "olê-olê-olá, Lula, Lula", em referência ao ex-presidente petista.
Poucos carros de som conduzem a multidão, que, em sua maioria, caminha sob gritos de "fora, Bolsonaro" e "genocida", bem como o som de batucadas de percussão. A maior parte das pessoas veste vermelho, preto (com alguma referência ao luto pelos mais de 522 mil mortos pela covid-19 no País) ou as cores da bandeira do Brasil.
Em comparação aos dois protestos anteriores na capital pernambucana, há um registro maior no número de cartazes que pedem explicitamente o impeachment do presidente. Há também outros que citam crime de prevaricação, corrupção e a CPI da Covid.
Políticos de oposição ao governo Bolsonaro, como o senador Humberto Costa (PT) - membro da CPI - marcam presença no ato. Em alguns momentos, manifestantes puxam o canto "olê-olê-olá, Lula, Lula", em referência ao ex-presidente petista.
No Rio de Janeiro, a concentração ocorreu no Monumento Zumbi dos Palmares, às 10h. Em São Paulo, o ato está previsto para ter início às 15h. A concentração será em frente ao Masp, na Avenida Paulista. A Secretaria de Segurança Pública do Estado vai reforçar o esquema de policiamento, com cerca de 600 policiais. Em Brasília, a manifestação está prevista para ter início às 16h, em frente ao Museu Nacional.
Atos de vandalismo
Manifestantes encapuzados invadiram e atearam fogo numa agência do banco Santander, na Avenida da Consolação, em São Paulo, no fim do ato contra o governo de Jair Bolsonaro na cidade. Um ponto de ônibus e a fachada de uma concessionária da Hyundai também foram depredados na mesma avenida.
Os atos de vandalismo começaram cerca de uma hora depois que o ato deixou a Avenida Paulista. Os bombeiros atenderam a ocorrência e o incêndio na agência bancária foi rapidamente contido. A polícia informou que agentes de trânsito e seguranças de estações de metrô teriam sido hostilizados por manifestantes. Um homem foi preso.
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