Francieli Fantinato, ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI), depõe na CPI da Covid, nesta quinta-feira, dia 8Edilson Rodrigues/Agência Senado
Por O Dia
Publicado 08/07/2021 11:37 | Atualizado 08/07/2021 12:35
Brasília - Em depoimento à Comissão de Inquérito Parlamentar (CPI) da Covid nesta quinta-feira, 8, a ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde Francieli Fantinato afirmou que saiu do cargo devido à "politização da vacinação pelo líder da nação (presidente Jair Bolsonaro)". 
"A vacinação é uma evidência muito forte de que tem resultado. Quando começa a se tratar o tema em relação à vacinação, onde se coloca em dúvida essa prática, tendo o aval da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), tendo o aval em relação aos estudos, isso pode trazer prejuízos para a campanha de vacinação", disse Fantinato. Assista:
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Fantinato também afirmou que as atitudes de Bolsonaro contra a imunização teriam atrapalhado o PNI. "Eu, enquanto coordenadora do programa de vacinação, eu preciso de apoio que seja favorável à fala em relação à vacinação. Então, quando o líder da nação não fala favorável, a minha opinião pessoal é que isso pode trazer prejuízos", declarou. E acrescentou: "Eu, enquanto coordenadora, precisava que a gente tivesse um direcionamento único".
Além disso, ela afirmou sobre o posicionamento do presidente Bolsonaro em relação ao descrédito que ele promove sobre a garantia da eficácia da vacinação. "Quando os resultados apontam de forma favorável que aquilo pode trazer um resultado para a população, ter uma politização do assunto por meio do líder da nação que traz elementos que muitas vezes colocam em dúvida. Qualquer pessoa que fale contrário à vacinação vai trazer dúvidas à população brasileira, então há necessidade de se ter comunicação única, seja de qualquer cidadão de qualquer escalão", disse ela. 
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Saída do cargo
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"Pela politização do assunto em relação à vacinação, decidi seguir meus planos pessoais", disse. Franciele pediu demissão do cargo no último 30 de junho, conforme antecipou o Broadcast Político, mas, segundo ela, só ontem recebeu formalmente sua exoneração da função.
Francieli apresentou seu currículo e destacou que ocupou funções no Ministério da Saúde pelo perfil técnico, e não por indicação política. Enfermeira, ela está entre os nomes investigados pela comissão. Francieli se recusou a prestar o compromisso de dizer a verdade, amparada por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
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