Representante brasileiro da empresa Davati Medical Supply, Cristiano Alberto Carvalho, na CPI da Covid, 15Pedro França/Agência Senado
Publicado 15/07/2021 14:15 | Atualizado 15/07/2021 14:20
Brasília - Durante sessão da CPI da Covid nesta quinta-feira, 15, a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) questionou Cristiano Alberto Carvalho, representante da empresa Davati Medical Supply no Brasil, acerca de uma conversa entre o tenente-coronel Marcelo Blanco e o policial militar Luiz Paulo Dominguetti. A conversa tratava da movimentação de uma conta no valor de U$ 1 milhão que, segundo o depoente, iria ser utilizada para a compra de Bitcoins e a posterior aquisição de vacinas.

“Eles queriam movimentar o dinheiro, acredito que do Blanco, para comprar bitcoins e depois comprar vacinas”, disse Cristiano. Confira:
Antes de finalizar sua inquirição, a senadora Eliziane questionou mais uma vez o depoente acerca das criptomoedas, e pontuou que o sistema seria comum para encobrir a prática de lavagem de dinheiro.

“Quando o senhor se referiu aos Bitcoins, eles têm alguma relação com essa negociação? A gente sabe que é uma prática, inclusive, que se usa muito para lavagem de dinheiro”, indagou a senadora.

“Excelência, essa é uma boa pergunta para a senhora fazer ao tenente-coronel Blanco. Eu desconheço essa negociação e nunca fiz esse tipo de tratativa. Se ele fez e ofereceu isso para lavar dinheiro ele tem que ser punido”, respondeu o representante da Davati.

Mais cedo na comissão, o depoente teria sido questionado pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL) sobre o nível de influência do coronel Blanco no Ministério da Saúde. Em resposta, Cristiano ressaltou a proximidade entre ele e o ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias.

“Parecia ser muito próximo do Roberto Dias, acredito que até um assessor oficioso. Acho que ele continuava exercendo a mesma função que ele tinha quando ele era funcionário do Ministério da Saúde”, disse.

O coronel Marcelo Blanco é ex-assessor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde e esteve presente no jantar com Roberto Dias, que teria feito o suposto pedido propina no valor de US$ 1 por dose de vacina.
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