Coronel da reserva Marcelo Blanco depõe na CPI da Covid Jefferson Rudy/Agência Senado
Publicado 04/08/2021 13:12 | Atualizado 04/08/2021 13:54
A CPI da Covid ouve, nesta quarta-feira, 4, o depoimento de Marcelo Blanco da Costa, tenente-coronel da reserva no Exército que teve passagem pelo Ministério da Saúde como ex-assessor do departamento de Logística da pasta. Durante a sua fala, Blanco exibiu mensagens que trocou com o policial militar Luiz Dominguetti sobre a negociação da compra de vacinas da AstraZeneca para setor privado.
De acordo com ele, as conversas que teve com o representante da Davati no Brasil só ocorreram em fevereiro, um mês depois de ter deixado o Ministério da Saúde.
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Coronel Blanco afirmou que pretendia a "construção de modelo de negócio no meio privado" e afirmou que Dominguetti dizia que as vacinas também seriam destinadas ao meio privado e que necessitava apenas de uma liberação da AstraZeneca. Confira o momento:
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O relator da Comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), rebateu e afirmou que a negociação de imunizantes para o setor privado "era uma atividade absolutamente irregular" já que a atividade não havia sido aprovada pela Congresso Nacional.
Blanco foi citado diversas vezes no senado, em especial pelo policial Luiz Paulo Dominguetti, que afirmou que o coronel era uma das pessoas com quem negociou vacinas com pedido de propina à empresa Davati. Blanco, Roberto Dias e Dominguetti teriam se encontrado em jantar para discutir o assunto e iniciar as negociações com o ministério.
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O Coronel Marcelo Blanco também falou sobre como descobriu que o diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, estaria no restaurante onde levou o Dominguetti.
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Jantar em fevereiro
Por diversas vezes, Blanco foi citado em depoimentos na CPI. O ex-diretor substituto do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, exonerado em janeiro, participou de jantar em restaurante em Brasília onde teria sido feita a proposta de pagamento de propina na comercialização de doses da vacina Astrazeneca.
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Em depoimento à CPI em 1º de julho, o policial militar Luiz Paulo Dominguetti Pereira — que se definiu como representante da Davati Medical Supply — afirmou que recebeu pedido de propina de US$ 1 por dose do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias em troca de assinar contrato de venda de vacinas AstraZeneca com o ministério.
O pedido de propina, de acordo com o vendedor, foi feito no dia 25 de fevereiro deste ano, em jantar no restaurante Vasto, em um shopping em Brasília, onde esteve presente o coronel Blanco, que o teria apresentado a Dias.
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O ex-diretor Dias, que recebeu voz de prisão ao final de seu depoimento aos senadores no dia 7 de julho, afirmou, inicialmente, que seu encontro com Dominguetti e Blanco no restaurante em Brasília foi casual, mas depois assumiu — a partir de áudios exibidos na comissão — que o coronel sabia que ele estaria no local.
Assista ao vivo:
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