Publicado 10/08/2021 12:39 | Atualizado 10/08/2021 13:22
Brasília - A CPI da Covid ouve, nesta terça-feira, 10, o tenente-coronel Helcio Bruno de Almeida, presidente do Instituto Força Brasil (IFB). Ele é apontado como um dos principais elos entre a empresa Davati Medical Supply, que negociava a venda de vacinas, e o Ministério da Saúde. Em fala inicial à comissão, Helcio informou aos senadores que apenas conheceu o reverendo Amilton Gomes quando este compareceu ao IFB para negociar vacinas em nome da Davati.
“No encontro, o reverendo Amilton informou que uma empresa de nome Davati pretendia oferecer uma grande oferta de vacinas ao Ministério da Saúde, mas que precisavam esclarecer a forma como poderiam disponibilizar as vacinas, pois embora não fossem representantes diretos do laboratório produtor das vacinas, eles teriam uma alocação de doses”, disse o depoente. Confira abaixo:
“No encontro, o reverendo Amilton informou que uma empresa de nome Davati pretendia oferecer uma grande oferta de vacinas ao Ministério da Saúde, mas que precisavam esclarecer a forma como poderiam disponibilizar as vacinas, pois embora não fossem representantes diretos do laboratório produtor das vacinas, eles teriam uma alocação de doses”, disse o depoente. Confira abaixo:
O encontro com o reverendo aconteceu no dia 9 de março, três dias antes da reunião marcada no Ministério da Saúde pelo instituto para discutir a aquisição de vacinas pela iniciativa privada.
Segundo Helcio, o reverendo pediu para que o IFB compartilhasse sua agenda na pasta - em referência à reunião previamente marcada pelo instituto no dia 12 - para que os representantes da Davati pudessem explicar as condições de oferta de doses. Helcio, por sua vez, afirmou que concordou com o compartilhamento, pois entendeu a oportunidade como uma forma de garantir agilidade na inclusão da rede privada na vacinação.
“Uma vez que o compartilhamento da reunião pré-agendada poderia acelerar a vacinação privada, e considerando que, até então não havia qualquer elemento em desfavor da Davati, que certamente seria investigada profundamente pelo Ministério da Saúde antes de qualquer negociação, não se enxergou nenhum possível prejuízo no compartilhamento da agenda do IFB”, explicou.
Desde a reunião, Helcio afirmou nunca mais ter visto ou encontrado os representantes da Davati Cristiano Carvalho e Luiz Paulo Dominguetti. No entanto, momentos depois, o relator questionou o depoente acerca da foto de um almoço que teria acontecido após a reunião do dia 12. Dentre os presentes na foto, estão o policial militar Luiz Paulo Dominguetti e o reverendo Amilton Gomes de Paula.
Segundo Helcio, o reverendo pediu para que o IFB compartilhasse sua agenda na pasta - em referência à reunião previamente marcada pelo instituto no dia 12 - para que os representantes da Davati pudessem explicar as condições de oferta de doses. Helcio, por sua vez, afirmou que concordou com o compartilhamento, pois entendeu a oportunidade como uma forma de garantir agilidade na inclusão da rede privada na vacinação.
“Uma vez que o compartilhamento da reunião pré-agendada poderia acelerar a vacinação privada, e considerando que, até então não havia qualquer elemento em desfavor da Davati, que certamente seria investigada profundamente pelo Ministério da Saúde antes de qualquer negociação, não se enxergou nenhum possível prejuízo no compartilhamento da agenda do IFB”, explicou.
Desde a reunião, Helcio afirmou nunca mais ter visto ou encontrado os representantes da Davati Cristiano Carvalho e Luiz Paulo Dominguetti. No entanto, momentos depois, o relator questionou o depoente acerca da foto de um almoço que teria acontecido após a reunião do dia 12. Dentre os presentes na foto, estão o policial militar Luiz Paulo Dominguetti e o reverendo Amilton Gomes de Paula.
Segundo o depoente, o convite para o almoço foi feito por um representante da Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah). Assista:
Onde atua o instituto de Helcio Bruno?
O Instituto Força Brasil (IFB) é uma organização sem fins lucrativos de cunho conservador sediada em Brasília. O vice-presidente do IFB é o empresário Otávio Fakhoury, investigado nos inquéritos sobre atos antidemocráticos e fake news no Supremo Tribunal Federal (STF).
Durante a sessão desta terça-feira, o senador Renan Calheiros, relator da comissão, criticou o instituto e afirmou que a CPI tem provas de que "o instituto Força Brasil tem uma relação direta com a disseminação de fake news e apoio às redes que atuaram na pandemia contra medidas de isolamento, vacinas, máscaras e tantas outras que poderiam salvar vidas". Veja:
É válido ressaltar também que a disseminação de notícias falsas sobre covid-19 é uma das frentes de investigação da CPI. No site do instituto, por exemplo, há publicações enganosas sobre a pandemia. Uma delas diz que "a maioria das pessoas é imune ao vírus da Covid". Há também a presença de textos negando a eficácia de máscaras. "Somos pró vida, pró família, pró armas e pró liberdade", diz a descrição do site.
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