Ministro Luís Roberto BarrosoAbdias Pinheiro / TSE
Publicado 25/08/2021 13:45 | Atualizado 25/08/2021 13:47
Brasília - O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, avaliou que atualmente, com as tensões criadas pelo presidente Jair Bolsonaro entre os Poderes, o Brasil vive um momento de "estresse", na relação entre as instituições. Contudo, o ministro descartou a possibilidade de risco de golpe no País. Apesar de afirmar que o número de vezes que lhe perguntam sobre o tema começa a preocupá-lo, ele afirma não acreditar que o movimento tenha força "simplesmente porque não há causa para se dar".
Barroso explicou que as tensões entre os Poderes Executivo e Judiciário são normais nas democracias, mas o que acontece no País é algo "peculiar". No entanto, para o ministro, a sociedade brasileira está madura o suficiente para não aceitar "qualquer tipo de desvio inconstitucional". O ministro também fez uma fala a favor da liberdade de expressão, alertando para a interferência estatal no tema.
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Em evento promovido pela XP Investimentos, Barroso, que se tornou um dos principais alvos do presidente Bolsonaro durante a demanda do chefe do Executivo pelo voto impresso, também declarou não se importar com os eventuais ataques do presidente a sua pessoa. De acordo com o ministro, ele não discute "miudezas", sendo apenas um "ator constitucional".
Coligações
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Sobre as eleições, o ministro também voltou a falar contra a volta das coligações, proposta na reforma eleitoral. Segundo o ele, a posição do TSE é contrária ao tema. De acordo com Barroso, o ideal seria a redução de um número de partidos existentes no País, e não a manutenção do número de partidos vigentes.
"Nós hoje temos mais de trinta partidos, mais de vinte funcionando no Congresso. Isso dificulta a governabilidade" afirmou, na sua visão, as coligações dão "sobrevida a partidos minúsculos, sem maior autenticidade programática e que vivem de receber dinheiro do fundo eleitoral". Apesar de não poder adiantar o voto sobre o tema, Barroso alegou que via com reserva a volta das coligações, algo "problemático do ponto de vista Constitucional".
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