Bolsonaro chama Lula de 'bandido' e diz: 'Vão roubar nossa liberdade' Reprodução
Publicado 31/01/2022 13:21 | Atualizado 31/01/2022 17:28
Rio - O presidente Jair Bolsonaro (PL) discursou nesta segunda-feira (31) para trabalhadores e políticos em uma unidade da Petrobras em Itaboraí, no Rio de Janeiro. Durante sua fala, o mandatário falou sobre a estatal durante os governos petistas e chamou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de "bandido".
No pronunciamento, Bolsonaro disse ainda que se eleito, Lula nomearia José Dirceu novamente para a Casa Civil e a ex-presidente Dilma Rousseff para o ministério da Defesa, "porque ela é mandona".
"O mesmo cara (Lula) que quase quebrou o país de vez, que destinou um prejuízo de quase R$ 1 trilhão à Petrobras, quer voltar à cena do crime", disparou para uma plateia formada por poucos trabalhadores da empresa, ministros e políticos que o acompanharam ao Gaslub, ex-Comperj, que receberá gás natural do pré-sal pela Rota 3, ainda em construção. "Existem milhares de pessoas melhores do que eu por aí, mas quis o destino ou Deus que eu chegasse aqui e estamos numa guerra. Se aquele bando, aquela quadrilha voltar, não vai ser apenas a Petrobras que deve ser arrasada, vão roubar a nossa liberdade", disse o presidente.
Bolsonaro comparou o Brasil da era PT com a Venezuela, afirmando que a fuga do país vizinho tem batido recorde em Roraima, com 800 pessoas por dia entrando em território brasileiro para escapar da ditadura de Nicolás Maduro, principalmente mulheres e crianças, que, segundo o presidente, estariam sendo prostituídas.
"Esse é o destino do Brasil se aquela quadrilha voltar para cá. Não estou fazendo campanha pra mim, mas é inadmissível achar que aquele bandido voltando para cá vai atingir os anseios da nossa população", afirmou.
De acordo com Bolsonaro, a única instituição que o PT não aparelhou foi o Banco Central, e que teve muitos problemas para montar sua equipe por causa disso. O PT deixou o governo com o impeachment da presidente Dilma Rousseff, em 2016, quando passou a ser governado pelo vice-presidente Michel Temer até a posse de Bolsonaro, em 2019.
"Mas o PT, que chegou com um brilhante discurso em 2003, se voltou a um projeto de poder, comprando partidos políticos, quem aparecesse pela frente", acusou.
Ele afirmou ainda, que se o PT voltar ao poder as reformas feitas pelo seu governo serão revistas, as armas legais serão retomadas, e a corrupção vai voltar, o que, segundo ele, foi afastada do governo federal há três anos. "Se vemos alguma coisa, vamos para cima", afirmou.
A fala do capitão do Exército teve quase 20 minutos de duração e foi, em sua maioria, focada em atacar adversários políticos. Segundo Bolsonaro, o Partido dos Trabalhadores (PT) "ocupou o Brasil por um projeto de poder" e causou prejuízos devido a política de preços dos combustíveis.
"A Petrobras tem manual para isso, tem competência, tem capacidade, mas o PT, que chegou com um brilhante discurso em 2003, se voltou para um projeto de poder, comprando partidos políticos, comprando quem aparecesse pela frente", afirmou.
O mandatário ainda ressaltou que sua vitória eleitoral em 2018 foi um "milagre" e sobre a dificuldade em liderar os ministérios com indicações técnicas devido a "pressões para voltar o que sempre foi a política nacional".
Durante o evento, Bolsonaro também voltou a criticar as medidas de restrição ao contato social para impedir a transmissão da covid-19. "No mundo todo, quem parte para a ditadura é o chefe do Executivo. Aqui é o contrário, é o chefe do Executivo quem resiste. E é responsabilizado por tudo. Estamos há dois anos com a pandemia, quando tiraram meu direito de gerir. Lamentamos as mortes por covid-19, mas a vida continua", disse. 
O chefe do Executivo também chegou a afirmar que a sociedade está "pagando o preço" por causa da "política de fecha tudo, a economia vemos depois". "O mundo todo pagando o preço", disse Bolsonaro, citando a escalada dos preços da energia elétrica como exemplo de efeitos negativos do enfrentamento da covid-19, em vários países. Segundo o presidente, a inflação da energia elétrica "passou de 200%" na Europa.
"Na Europa, se houver guerra ao Nordeste, pode faltar gás. A consequência? Muita gente morrendo de frio", afirmou Bolsonaro, numa referência à possível invasão da Ucrânia por forças da Rússia. No contexto da escassez e encarecimento da energia em todo o mundo, o presidente destacou a importância de os países buscarem a autossuficiência energética.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Leia mais