Marcelo Queiroga Divulgação/Senado Federal
Publicado 07/02/2022 15:54 | Atualizado 07/02/2022 16:31
Brasília - A Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado aprovou nesta segunda-feira, 7, a convocação do Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para explicar o atraso de um mês na vacinação infantil contra a covid-19 e também nota técnica contrária à imunização. 
"Queiroga vai ter que explicar o atraso de um mês na vacinação das crianças e as consequências trágicas que isso trouxe ao Brasil", disse o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) ao anunciar a convocação.
A comissão aprovou também o convite do Presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, para prestar esclarecimentos sobre a implementação da vacina pediátrica para as crianças entre 5 e 11 anos. 
Além deles, a Comissão aprovou a convocação da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, para explicar uma outra nota técnica, contrária à possibilidade de exigência do passaporte vacinal de crianças para o retorno às aulas presenciais.

Segundo a Constituição Federal, o comparecimento de Queiroga e Damares é obrigatório, e a ausência sem justificativa é crime de responsabilidade.
Nota técnica 
Queiroga terá que prestar esclarecimentos sobre a nota técnica publicada no dia 21 de janeiro, pelo Ministério da Saúde, que contrariava a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a comunidade científica, e dizia que as vacinas não têm demonstração de segurança.
Além disso, a nota apontava a hidroxicloroquina como uma tecnologia de saúde eficaz para a covid-19, sendo que desde março de 2021, a OMS não recomenda oficialmente seu uso para o tratamento ou prevenção do coronavírus.

Na ocasião, o Ministério disse em nota que "em nenhum momento afirmou que o referido fármaco é seguro para tratamento da Covid-19, nem questionou a segurança das vacinas, que é atestada pela agência reguladora" e alegou problema em "interpretação".
Todas as vacinas em aplicação no Brasil tiveram resultados em pesquisas científicas que comprovaram a segurança e eficácia contra a covid-19.
Vacinação das crianças
As primeiras vacinas contra covid-19 destinadas a crianças de 5 a 11 anos começaram a ser aplicadas somente no dia 14 de janeiro, apesar da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ter aprovado a vacina da Pfizer desde o dia 16 de dezembro de 2021.
Na época, o governo criou barreiras para iniciar a imunização, afirmando que não havia urgência na questão. Posteriormente, Queiroga afirmou que seria necessário ouvir a sociedade civil e especialistas sobre a aplicação do imunizante, mesmo tendo sido aprovado no órgão regulador brasileiro.
Na consulta pública, a maioria dos participantes rejeitou a proposta de parecer médico para vacinar seus filhos e tutelados.
 
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