Ministro da Saúde, Marcelo QueirogaMarcelo Camargo/Agência Brasil
Publicado 09/02/2022 16:50 | Atualizado 09/02/2022 16:54
São Paulo - Após o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), dizer que o Estado vai adotar a quarta dose da vacina contra a covid-19 independentemente de haver ou não recomendação do governo, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, rebateu o tucano e disse que a prioridade é a aplicação da dose de reforço.
"Não conversei com o governador sobre isso. O governador de São Paulo e outros chefes de Executivo, seja de Estado ou de município, muitas vezes interferem no processo decisório a respeito da imunização", afirmou Queiroga nesta quarta-feira, 9, após sair de uma reunião com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), no Congresso.
O ministro da Saúde disse que a quarta dose da vacina está em discussão no Ministério da Saúde, mas que é preciso ter "base técnica" e "evidências científicas" para liberar a aplicação. "Agora, quer saber qual é a prioridade? Eu já falei isso, avançar na dose de reforço. A terceira dose, essa é a prioridade Então, se avançar na terceira dose, nós vamos ter mais preparo para enfrentar a variante Ômicron e outras variantes que podem surgir desse vírus que sofre mutações", declarou.
Queiroga também defendeu que as decisões sobre a vacinação sejam discutidas no âmbito do Ministério da Saúde. "Se cada um quiser seguir de uma forma, o que vai acontecer? Quem é que tem a responsabilidade de garantir as doses? Há uma logística de distribuição das doses", criticou o ministro.
Em entrevista à Rádio Eldorado nesta quarta-feira, 9, Doria indicou que prevê administrar a quarta dose da vacina contra covid-19 em toda a população do Estado. "Vamos adotar em São Paulo a quarta dose, independentemente de haver ou não recomendação do Ministério da Saúde", disse o tucano. Atualmente, essa aplicação é destinada apenas a imunossuprimidos, que, em geral, correm mais risco de ver a doença evoluir para quadros graves.
Durante uma coletiva de imprensa, Doria explicou que a aplicação da quarta dose não acontecerá de forma imediata. De acordo com o governador, São Paulo tomará uma decisão "no momento certo".
O governador e o ministro já haviam protagonizado anteriormente um embate em torno da vacinação contra a covid-19. Em 14 de janeiro, no dia em que o Governo de São Paulo realizou cerimônia de início da vacinação infantil contra covid-19 no Estado, Queiroga usou as redes sociais para acusar Doria, escolhido como pré-candidato do PSDB à Presidência, de fazer "palanque" com os imunizantes.
"O político @jdoriajr subestima a população. Está com as vacinas do @govbr e do povo brasileiro em mãos fazendo palanque. Acha que isso vai tirá-lo dos 3%", escreveu Queiroga no Twitter, numa referência ao porcentual de intenções de voto de Doria em algumas pesquisas eleitorais. "Desista! Seu marketing não vai mudar a face da sua gestão. Os paulistas merecem alguém melhor", acrescentou o ministro, que também é cotado para disputar cargo público nas eleições deste ano pela Paraíba.
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