Publicado 15/02/2022 20:22
São Paulo - O Tribunal do Júri em São Paulo absolveu nesta quinta-feira (15), os sete policiais civis denunciados por uma cachina associada ao assassinato do então prefeito de Campinas, Antônio da Costa Santos (PT), o Toninho do PT, em 2001. Eles foram julgados por um conselho de sentença formado por sete jurados no Fórum Criminal da Barra Funda, na capital paulista.
O petista foi morto com três tiros dentro do próprio carro na noite de 10 de setembro de 2001, quando voltava para casa ao sair de um shopping de Campinas. No mês seguinte, uma chacina em Caraguatatuba, no litoral paulista, foi relacionada ao caso. Isso porque dois dos mortos pela Polícia Civil eram tidos como suspeitos de participação no assassinato. Até hoje, a motivação da morte do prefeito não foi solucionada.
Foram absolvidos Marcos Antonio Manfrin, Alcir Biazon Junior, Nelson da Costa, Fábio Nunes de Arruda Campos, Sandro José da Costa, Rogério Luis Salum Diniz e Eudes Trevisan.
O julgamento teve início na segunda-feira, quando as testemunhas foram ouvidas e um réu foi interrogado. Na sessão hoje, os outros seis réus apresentaram as versões sobre o caso. Acusação e defesa também fizeram sustentações orais antes do veredito.
Ao denunciar os policiais de Campinas pela chacina, ainda em 2006, o Ministério Público de São Paulo disse que eles armaram uma emboscada e depois alteraram a cena do crime para fazer a perícia acreditar que houve troca de tiros. Outro ponto questionado foi que a delegacia de Caraguatatuba não foi informada da ação.
A chacina levantou suspeitas sobre a possibilidade de envolvimento de policiais no assassinato do prefeito, no que poderia ter sido uma 'queima de arquivo'. Duas das vítimas fariam parte da quadrilha do traficante Vanderson Nilton de Paula Lima, 'Andinho', principal suspeito pelos disparos.
Para a família do petista, a motivação do assassinato foi política e o caso deveria ter sido federalizado, com uma investigação independente a cargo da Polícia Federal.
"Desde o fato e durante todos esses anos de tramitação do processo, a defesa jamais desistiu de comprovar a inocência dos policiais, a regularidade e a legalidade da ação realizada. A reação e a repulsa aos tiros desferidos pelos meliantes foi inevitável. Ficou comprovado que os policiais agiram no estrito cumprimento do dever legal. A absolvição de hoje é a demonstração disso."
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