Publicado 23/02/2022 11:33
Brasília - O Ministério da Saúde já discute a possibilidade de rebaixar a pandemia da covid-19 para uma endemia no Brasil. A pasta deve divulgar um posicionamento sobre o tema em três ou quatro semanas após o feriado de Carnaval.
Em entrevista ao site "Metrópoles", a secretária de Enfrentamento à Covid-19 da pasta, Rosana Leite de Melo, afirmou que o tema será discutido com os gestores da pasta e com os conselhos nacionais de secretários estaduais e municipais de saúde (Conass e Conasems), além de contar com apoio da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).
“A gente está trabalhando sim. A gente vai juntar secretários, Conass, Conasems. A Opas está ajudando. Nas próximas três ou quatro semanas, a gente vai ter alguma coisa pra definir se já podemos ou não. [Será observada] até a própria pandemia, a própria queda de casos. Essa outra subvariante [da cepa ômicron], a gente está observando”, explicou Rosana.
Segundo a área técnica da pasta, foram notificados 12 casos positivos da subvariante BA.2 até o dia 16 deste mês. Sete casos foram diagnosticados em São Paulo, três no Rio de Janeiro, um em Santa Catarina e um em Minas Gerais.
No entanto, Rosana disse que o tema precisa de cautela e que a mudança no país só deve chegar um tempo depois do que nos países europeus. "Estamos trabalhando na situação de colocar o status de endemia. Não dá pra falar disso ainda neste momento, porque os casos estão altos, é todo um processo. Da mesma forma que começou em novembro [de 2019] lá em Wuhan [na China], e aqui chegou em março, abril [de 2020]. A situação também vai ter essa forma. Vai ter o cuidado que a gente teve na mobilização. Agora, [será] da desmobilização”, pontuou ela.
A mudança da pandemia do coronavírus para endemia já foi iniciada em alguns países da Europa, como Dinamarca e Reino Unido. Para isso, eles abandonaram algumas medidas restritivas, como obrigatoriedade da apresentação de teste negativo de covid-19 para entrada no país e a exigência do uso de máscaras de proteção facial em locais abertos.
“A partir do momento em que há uma baixa circulação do vírus, ele vai se transformar, como o da influenza. Vai ter surtos em alguns lugares, em alguns lugares vou ter que tomar todas as medidas [preventivas]. Em alguns lugares, a circulação vai estar baixa, então posso tirar as medidas não farmacológicas. A gente vai ter que estar sempre alerta. Ainda vamos ficar um bom tempo, uns dois anos, no mínimo, sempre naquela questão da alerta. Desmobiliza, mobiliza de novo”, esclareceu.
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