Publicado 24/02/2022 14:55 | Atualizado 24/02/2022 14:59
Brasília - Em meio ao silêncio 'ensurdecedor' do presidente Jair Bolsonaro em relação à temerária invasão de tropas militares russas no território da Ucrânia, desde a madrugada de quinta-feira, o ministro do Turismo, Gilson Machado, em entrevista à 'Folha de S. Paulo', tentou minimizar as críticas do encontro entre o chefe do Executivo com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, no Kremlin, uma semana antes da invasão.
"Que ele levou uma mensagem de paz, ele levou. Mas depende do Putin se vai ouvir ou não. O mundo inteiro pediu paz", afirmou.
Após sugerir que a visita, muito criticada por diplomatas e cientistas políticos, ajudou a evitar a 'iminente' guerra entre Rússia e Ucrânia, Gilson Machado engrossa a 'tropa de choque' que tenta evitar o desgaste da imagem de Bolsonaro. Na ocasião, o presidente brasileiro se disse 'solidário' à Rússia.
Na manhã desta quinta-feira, o presidente, sem máscara, participou da inauguração de um complexo viário na BR-153, em São José do Rio Preto, interior de São Paulo, e não fez menção à invasão russa. Após ignorar a orientação do alto escalão do Itamaraty adiar a visita a Putin no momento de tensão com a Ucrânia, Bolsonaro segue em silêncio.
Em nota divulgada no fim da manhã pelo Ministério das Relações Exteriores, o Brasil se manifestou em nome do governo brasileiro, e, no texto, pede o fim da 'suspensão imediata de hostilidades'. Mais contundente, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, disse que o Brasil não concorda com a invasão da Rússia e que reconhece a soberania da Ucrânia. No entanto, evitou citar o 'erro' diplomático do presidente Jair Bolsonaro.
Invasão russa
Nesta madrugada, a Rússia iniciou uma invasão na Ucrânia, com ataques aéreos em todo o país, incluindo na capital Kiev, e a entrada de forças terrestres ao norte, leste e sul, provocando dezenas de mortos, segundo as autoridades ucranianas.
A ofensiva provocou clamor internacional, com reuniões de emergência previstas em vários países. Os 27 membros da União Europeia se reúnem na parte da tarde em Bruxelas, enquanto a Otan convocou uma videoconferência para sexta-feira.
Dois dias depois de reconhecer a independência dos territórios separatistas ucranianos na região de Donbas, o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou durante a madrugada a invasão do país vizinho.
"Tomei a decisão de uma operação militar", declarou Putin em um discurso. "Vamos nos esforçar para alcançar uma desmilitarizaração e uma desnazificação da Ucrânia", afirmou. "Não temos nos nossos planos uma ocupação dos territórios ucranianos, não pretendemos impor nada pela força a ninguém", assegurou, apelando aos soldados ucranianos "a deporem as armas".
Ele repetiu suas acusações infundadas de um "genocídio" orquestrado pela Ucrânia nos territórios separatistas pró-Rússia no leste do país e utilizou como argumento o pedido de ajuda dos separatistas e a política agressiva da Otan em relação à Rússia, da qual a Ucrânia seria uma ferramenta.
Seu porta-voz, Dmitry Peskov, disse a repórteres que Moscou pretende impor um "status neutro" à Ucrânia, sua desmilitarização e a eliminação dos "nazistas" que, segundo ele, estão no país.
"A duração (da operação) será determinada por seus resultados e sua relevância. Isso será determinado pelo comandante-em-chefe", declarou, referindo-se ao presidente Putin.
"De modo ideal, a Ucrânia precisa ser libertada e limpa dos nazistas", reiterou, acrescentando que seu país não está tentando organizar uma "ocupação". Pouco depois da meia-noite começaram a ser ouvidas explosões em várias cidades ucranianas, da capital, Kiev, a Kharkiv, a segunda maior cidade do país na fronteira com a Rússia, mas também em Odessa e Mariupol, às margens do Mar Negro.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, proclamou a lei marcial no país e pediu aos compatriotas que "não entrem em pânico", antes de anunciar o rompimento das relações diplomáticas com Moscou.
Por volta das 10h (7h de Brasília), seu gabinete informou que "mais de 40 militares ucranianos morreram, dezenas ficaram feridos" e "quase dez civis morreram".
As autoridades da região de Odessa também indicaram que 18 pessoas morreram em um vilarejo bombardeado pela Rússia.
Dois dias depois de reconhecer a independência dos territórios separatistas ucranianos na região de Donbas, o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou durante a madrugada a invasão do país vizinho.
"Tomei a decisão de uma operação militar", declarou Putin em um discurso. "Vamos nos esforçar para alcançar uma desmilitarizaração e uma desnazificação da Ucrânia", afirmou. "Não temos nos nossos planos uma ocupação dos territórios ucranianos, não pretendemos impor nada pela força a ninguém", assegurou, apelando aos soldados ucranianos "a deporem as armas".
Ele repetiu suas acusações infundadas de um "genocídio" orquestrado pela Ucrânia nos territórios separatistas pró-Rússia no leste do país e utilizou como argumento o pedido de ajuda dos separatistas e a política agressiva da Otan em relação à Rússia, da qual a Ucrânia seria uma ferramenta.
Seu porta-voz, Dmitry Peskov, disse a repórteres que Moscou pretende impor um "status neutro" à Ucrânia, sua desmilitarização e a eliminação dos "nazistas" que, segundo ele, estão no país.
"A duração (da operação) será determinada por seus resultados e sua relevância. Isso será determinado pelo comandante-em-chefe", declarou, referindo-se ao presidente Putin.
"De modo ideal, a Ucrânia precisa ser libertada e limpa dos nazistas", reiterou, acrescentando que seu país não está tentando organizar uma "ocupação". Pouco depois da meia-noite começaram a ser ouvidas explosões em várias cidades ucranianas, da capital, Kiev, a Kharkiv, a segunda maior cidade do país na fronteira com a Rússia, mas também em Odessa e Mariupol, às margens do Mar Negro.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, proclamou a lei marcial no país e pediu aos compatriotas que "não entrem em pânico", antes de anunciar o rompimento das relações diplomáticas com Moscou.
Por volta das 10h (7h de Brasília), seu gabinete informou que "mais de 40 militares ucranianos morreram, dezenas ficaram feridos" e "quase dez civis morreram".
As autoridades da região de Odessa também indicaram que 18 pessoas morreram em um vilarejo bombardeado pela Rússia.
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