Publicado 24/02/2022 20:49 | Atualizado 24/02/2022 21:12
Brasília - O presidente Jair Bolsonaro (PL) não gostou de ver a declaração do vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) sobre a guerra na Ucrânia. Durante sua tradicional live de quinta nas redes sociais, hoje ao lado do ministro das Relações Exteriores Carlos França, o chefe do Executivo citou o artigo 84 da Constituição Brasileira para ressaltar que "quem fala sobre esse assunto é o presidente". O artigo em questão diz justamente que “manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos” é tarefa privativa do presidente da República.
"Então, com todo respeito a essa pessoa que falou isso - e eu vi as imagens, falou mesmo -, está falando algo que não deve, não é de competência dela, é de competência nossa", frisou.
Bolsonaro disse ainda que só se pronunciaria sobre o assunto após consultar França e o ministro da Defesa, Braga Netto. "Quero ouvir pessoas que realmente são ministros pra tratar desses assuntos", pontuou, em seguida acrescentando que "mais ninguém fala".
Bolsonaro disse ainda que só se pronunciaria sobre o assunto após consultar França e o ministro da Defesa, Braga Netto. "Quero ouvir pessoas que realmente são ministros pra tratar desses assuntos", pontuou, em seguida acrescentando que "mais ninguém fala".
Mais cedo, Bolsonaro usou o Twitter para comentar a crise no leste europeu e se limitou a dizer que está empenhado em proteger os brasileiros que estão na Ucrânia. Antes disso, o Itamaraty já havia se posicionado, também sem condenar os ataques.
A pasta disse acompanhar a situação "com grave preocupação" e defendeu uma saída diplomática. As manifestações de repúdio ficaram por conta das Comissões de Relações Exteriores do Congresso Nacional.
A pasta disse acompanhar a situação "com grave preocupação" e defendeu uma saída diplomática. As manifestações de repúdio ficaram por conta das Comissões de Relações Exteriores do Congresso Nacional.
Na manhã desta quinta-feira (24), Mourão disse à imprensa que o Brasil não concorda com a invasão da Rússia à Ucrânia e negou que o Brasil esteja adotando uma posição neutra no conflito. Ele ainda afirmou que o país está se posicionando por meio da atuação na Organização das Nações Unidas (ONU).
"O Brasil não está neutro. O Brasil deixou muito claro que ele respeita a soberania da Ucrânia. Então, o Brasil não concorda com uma invasão do território ucraniano. Isso é uma realidade", disse Mourão na chegada ao Palácio do Planalto.
"O Brasil não está neutro. O Brasil deixou muito claro que ele respeita a soberania da Ucrânia. Então, o Brasil não concorda com uma invasão do território ucraniano. Isso é uma realidade", disse Mourão na chegada ao Palácio do Planalto.
Questionado sobre o posicionamento do governo, Mourão disse que o país está se manifestando dentro da ONU, respeitando os princípios básicos de direito internacional. "O Brasil tem tomado posicionamento dele dentro da ONU, respeitando os princípios básicos do direito internacional, de não intervenção, de assegurar a soberania. Mas por enquanto nós não temos nenhuma outra coisa a fazer além disso aí. Vamos ver o que vai emergir aí das reuniões do conselho de segurança da ONU, porque se não a ONU também perde sua razão de ser", afirmou o vice-presidente.
O vice-presidente ainda foi questionado sobre a visita de Bolsonaro à Rússia na última semana, quando o presidente foi solidário ao país e afirmou que o presidente russo Vladimir Putin buscava a paz, no entanto, Mourão não quis comentar. "Eu não comento as palavras do presidente", disse.
Os jornalistas na entrada do Palácio do Planalto também questionaram como o vice-presidente avalia o ataque russo. “A gente tem que olhar sempre a história. A história ela ora se repete como farsa, ora se repete como tragédia. Nessa caso ela está se repetindo como tragédia”, disse.
Guerra na Ucrânia
Nesta quinta-feira, a Rússia atacou a Ucrânia após meses de tensão por não aceitar a aproximação do país com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). O governo ucraniano demonstrou interesse em integrar a Otan, braço armado do Ocidente, criado para se opor à extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Mas o governo de Vladimir Putin não admite essa associação em sua zona de influência.
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*Com informações do IG
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